Os alagoanos estão fumando menos. Resultados do levantamento Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostram que Alagoas foi o estado que mais reduziu a prevalência do tabagismo na faixa etária maior ou igual a 18 anos. A taxa de prevalência de fumantes que em 2007 era de 12,1%, baixou para 9,8, no ano passado. A redução foi de 2,3% de um ano para outro.
Na mesma pesquisa, o percentual geral do país ficou em 15,2 contra 16,4% em 2007, o que resulta em 1,2 de redução entre 2007 e 2008. Alagoas chegou a reduzir 1,8% a mais do que o percentual de 0,5% que pactuou, em 2007, com o Ministério. O Estado também está entre os que apresentaram redução do percentual de adultos que fumam mais de 20 cigarros por dia. Em relação à frequência de ex-fumantes, também foram alcançados bons resultados. Se em 2007, 18,9% dos entrevistados disseram ter deixado de fumar, em 2008 esse percentual foi a 21,9%.
Diante dessas análises, a coordenadora do programa de controle do tabagismo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Vetrúcia Teixeira Costa, faz observar que muito desse resultado se deve à forma como a Sesau vem realizando as ações, através do Programa de Controle do Tabagismo e mostra que estão sendo adotadas medidas dentro do acordo da Convenção Quadro de Controle para o Tabaco (CQCT), o primeiro tratado internacional de saúde pública atualmente ratificado por 164 países membros da Organização Mundial de Saúde.
Conforme expôs a coordenadora, a política de controle do tabagismo em Alagoas se constitui de ações assistenciais realizadas nos quatro núcleos de atenção ao fumante que existem no Estado: na Universidade de Ciência da Saúde de Alagoas (Uncisal), no Hospital Universitário e na Santa Casa de Misericórdia, em Maceió e no Centro de Referência em Saúde do trabalhador (Cerest), em Arapiraca.
Também vêm sendo realizadas ações pontuais e contínuas de caráter educativo, oferecendo à população informações sobre os malefícios do tabaco seja nas escolas, nas empresas ou em atividades como as que são feitas no Dia Mundial Sem Tabaco (31.05), Dia Nacional de Combate ao Fumo (29.08) e Dia Mundial de Combate ao Câncer (27.11). Atualmente o programa vem investindo em palestras e cooperação técnica nos órgãos públicos e entidades privadas na tentativa de criar ambientes livres do fumo: ambientes em que por decisão coletiva não se usa tabaco.
Segundo Vetrúcia Teixeira, de acordo com o inquérito que vem sendo aplicado, várias empresas estão se mostrando favorável a se transforma em ambiente livre do fumo, mas até aqui isto só está de fato ocorrendo na Faculdade de Alagoas (FAL).
No combate ao tabagismo, está sendo reconhecido também, a contribuição das organizações não-governamentais, instituições públicas e privadas que estão intensificando, para controlar o uso do tabaco – fator de risco para mais de 50 doenças, responsáveis por cinco milhões de mortes no mundo, desse total 200 mil no Brasil, além de outros males que causa, como prejuízo econômico e social.
Coleta de dados – O Vigitel vem sendo realizado anualmente, desde 2006, nas 27 Capitais do Brasil e os resultados obtidos tornam referência para todo o Estado. Naquele ano foram entrevistadas 2.017 pessoas e Alagoas apresentou um percentual de 13,9%. Em 2008, foram entrevistadas 2.016 pessoas na Capital alagoana.
A coleta de dados é feita por telefone, a partir de Belo Horizonte (MG), de onde uma equipe realiza ligações para aplicação de um questionário com perguntas sobre tabagismo e de outras sobre hábitos alimentares, atividade física, auto-avaliação do estado de saúde, consumo de álcool, prevenção de câncer e excesso de peso e sobrepeso.
O sistema foi desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (Usp) e, antes de ser utilizado em todas as capitais e no DF, foi testado ente 2003 e 2005 nas cidades de Goiânia, São Paulo, Botucatu, Belém, Salvador e Florianópolis.
O VIGITEL permite ao Ministério da Saúde obter informações que subsidiem o monitoramento dos fatores de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis, além de contribuir para o planejamento de ações voltadas para a redução da prevalência dos principais fatores de risco que determinam a ocorrência de casos e óbitos por essas causas.
CQCT – A Convenção-Quadro para Controle do Tabaco é o 1º tratado internacional de saúde pública. O documento contém iniciativas para controlar o tabagismo como a proibição da propaganda; educação e conscientização da população; proibição de fumar em ambientes fechados; controle do mercado ilegal de cigarros; tratamento da dependência da nicotina; inserção de mensagens de advertências sanitárias fortes e contundentes nas embalagens dos produtos de tabaco; regulação dos produtos de tabaco quanto aos seus conteúdos e emissões.