No mesmo dia em que presidência da Assembleia Legislativa de Alagoas publicou no Diário Oficial do Estado a mensagem para a criação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para analisar o procedimento de seus pares, uma nomeação – no mínimo inusitada – consta entre os atos da presidência.
A edição de quinta-feira, 23, do DOE traz, também, a nomeação do capitão PM Isreal Souza de Moraes, o Dael, para a assessoria militar da Casa de Tavares Bastos. O militar, que foi promovido a capitão pelo critério de antiguidade em outubro de 2008, possui um histórico bastante controvertido.
O militar foi condenado em 2004 à pena de 11 anos de prisão pelo crime de extorsão. Segundo o inquérito, o então 1º tenente teria estorquido um homem acusado de receptar mercadoria roubada. A pena foi reduzida para 5 anos e meio, e o condenado teria recorrido da sentença.
Pesa, ainda, contra o capitão PM, a acusação por porte ilegal de arma, tortura, ameaça, violação de domicílio, apropriação indébita, denunciação caluniosa e abuso de poder, na Comarca de Olho D’Água das Flores. O militar ainda teve um processo contra ele, por crime de roubo e extorsão, suspenso na Comarca de Santana do Ipanema. O militar chegou a ter a prisão decretada, que foi revogada meses depois, sem que o mandado tenha sido cumprido.
A reportagem do Alagoas24horas entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar de Alagoas para saber se existe algum procedimento instaurado contra o capitão Israel e foi informada que a situação do militar na corporação é considerada regular, uma vez que ele teria recorrido da condenação e não teria perdido a patente.
Questionada sobre o critério para seleção dos militares que integram a assessoria militar da Casa de Tavares Bastos, a assessoria de comunicação da ALE informou que o critério é político. A promoção do militar chegou a ser questionada pelo Conselho Estadual de Segurança, que ainda não se posicionou oficialmente sobre o caso.