A instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a Petrobras pode ocorrer nesta semana. Vence na terça-feira o prazo dado pelo presidente do Senado, José Sarney, para que os líderes partidários indiquem os membros da CPI. Os dois maiores partidos de oposição anunciaram os nomes de Alvaro Dias (PSDB-PR), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e ACM Júnior (DEM-BA) como titulares. Para suplentes, foram escalados Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (DEM-PI).
Jefferson Praia (PDT-AM), indicado pelo líder Osmar Dias (PR), e o senador Fernando Collor (PTB-AL), convidado pelo líder Gim Argello (DF), também devem integrar a comissão. A provável divisão da CPI reservará oito lugares para o governo e três para a oposição. O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), só deve anunciar os nomes – dois titulares e um suplente – ao final do prazo, aproveitando o tempo para discutir o assunto com a bancada e o Palácio do Planalto. O PT também não formalizou os seus escolhidos.
O prazo para que as indicações sejam apresentadas à Mesa diretora é de cinco sessões, iniciado no último dia 19. Sarney prometeu, como presidente da Casa, manter uma "postura de distanciamento" e cumprir rigorosamente as regras relacionadas ao funcionamento da comissão. A CPi será composta por 11 titulares e sete suplentes e terá 180 dias para realizar o seu trabalho.
O criação da CPI provocou debates fortes durante a semana no Plenário. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), discutiu o assunto por quase duas horas, recebendo dez apartes. Em seguida, foi a vez do líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), ocupar a tribuna por uma hora e meia, ouvindo sete apartes (veja à direita).
Virgílio classificou de "terroristas" os argumentos do governo contra a instalação da CPI, segundo os quais as ações da Petrobras correriam risco de queda. Ele reivindica quatro assentos para a oposição na CPI.
O senador negou que o PSDB queira propor a privatização da Petrobras, frisando que, com a CPI, vai-se "reestatizar a companhia, tirando-a de mãos indevidas, que estão tratando com falta de zelo o dinheiro público".
– Eu não quero privatizar, eu quero devolvê-la para o domínio do Estado brasileiro – afirmou.