A partir deste mês o consumidor brasileiro tem mais um argumento para
exigir informações sobre a procedência da carne e de outros produtos
derivados do boi: ajudar o Ministério Público Federal (MPF) a combater o
desmatamento na Amazônia.

O MPF encaminhou notificações a grandes empresas revendedoras de
derivados do boi e a fabricantes que utilizam essa matéria-prima,
alertando-as a evitarem comercializar produtos cuja origem é a criação
ilegal de gado em áreas desmatadas.

As empresas também foram advertidas sobre a obrigação de informarem
seus consumidores sobre a origem dos produtos. Se nas embalagens você
não encontrar a informação de que aquilo que você está comprando não
incentiva a degradação ambiental, evite adquirir o produto e avise o
Ministério Público Federal ou o Procon mais próximo.

"Essa participação dos cidadãos na luta contra o desmatamento é
importantíssima. No século XXI, o consumidor é quem decidirá os rumos do
mercado, e não o contrário", enfatiza o procurador da República Daniel
César Azeredo Avelino, um dos autores das notificações.

Entre as empresas notificadas estão varejistas de grande porte, como o
Carrefour, Wal Mart, Bompreço e Pão de Açúcar (veja relação abaixo).
Além de notificar as revendedoras, o MPF, juntamente com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
entrou na justiça contra quem cria gado em áreas de desmatamento e quem
compra produtos desses criadores. A atividade dos fazendeiros ilegais
ficou conhecida como "a farra do boi na Amazônia".

Foram propostas 21 ações pedindo o pagamento de R$ 2,1 bilhões em
indenizações pelos danos ambientais à sociedade brasileira. Entre os
frigoríficos processados está um dos maiores do Brasil, a Bertin S.A,
que comprou gado de fazendas multadas pelo Ibama e de uma que fica
dentro de uma reserva indígena. Entre as fazendas irregulares, nove
pertencem à agropecuária Santa Bárbara.

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