O delegado Eulálio Rodrigues foi preso na tarde desta quarta-feira, 24, por determinação do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc). Ele é acusado de ter liberado o traficante Moisés Santos da Costa Júnior, conhecido como Gil Bolinha, em troca de uma propina de R$ 15 mil.
José Carlos Minin, escrivão que estava na delegacia no dia da liberação de Gil Bolinha, também foi preso. Segundo informações do delegado-geral da Polícia Civil em Alagoas, Marcílio Barenco, Eulálio e o escrivão se apresentaram ao delegado Mário Jorge Marinho e serão levados para a Casa de Custódia da PC.
Ainda segundo Barenco, o advogado de Gil Bolinha, Pastor Saulo, estaria fora do Estado e é considerado foragido.
O caso
Gil Bolinha foi preso na quinta-feira, 18, na companhia de Carlos Eduardo da Silva, com 350 gramas de crack, duas balanças de precisão, um celular e R$ 27 em espécie. Os dois foram encaminhados a Deplan I, no Farol, e apesar do flagrante, foram liberados.
Menos de 24 horas depois da liberação, na sexta (19), o traficante foi novamente preso no Shopping Miramar, no bairro do Feitosa, quando entregava dinheiro ao seu advogado, Pastor Saulo.
Segundo informações colhidas junto ao DEIC, a liberação de Gil Bolinha teria sido efetuada mediante pagamento de propina, no valor de R$ 15 mil, ao delegado que lavrou o flagrante, Eulálio Rodrigues, e outros agentes.
Gravação
Desde que foi acusado de liberar irregularmente o traficante Gil Bolinha, o delegado Eulálio Rodrigues se disse tranquilo quanto ao procedimento adotado por ele. Nem mesmo a informação de que haveria uma gravação eletrônica do dia da liberação teria abalado o delegado, que se manifestou apenas por meio da Associação de Delegados de Polícia (Adepol).
O caso segue em segredo de Justiça e a gravação seria uma prova crucial para esclarecer o caso.