Os presidentes da Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol), Antonio Carlos Lessa, e do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Carlos Jorge da Rocha, saíram em defesa do delegado Eulálio Rodrigues e do escrivão Carlos Minim, presos na tarde de ontem, 24, acusados de corrupção.
A denúncia que resultou na prisão de ambos envolveria a liberação do acusado de tráfico Moisés Santos da Costa Júnior, conhecido como Gil Bolinha, ocorrida na última quinta-feira, dia 18, mediante o pagamento de R$ 15 mil. Moisés da Santos da Costa Júnior, o Gil Bolinha, responde a três processos: um na 6ª Vara Criminal, na 16ª Vara Criminal e um terceiro que corre em segredo de Justiça. O suposto traficante – que teria pelo menos cometido o crime de falsidade ideológica, ao dar o nome falso à Polícia Civil de Alagoas – foi colocado apenas como testemunha no encaminhamento da prisão e logo em seguida liberado.
Um dia após ser liberado, o suposto traficante foi preso no estacionamento de um shopping localizado no Barro Duro, quando seguia para uma reunião com o seu advogado, Saulo Emanoel, que segundo a polícia é considerado foragido.
Em entrevista ao Alagoas24horas, o presidente da Adepol, Antonio Carlos Lessa – que está a caminho de Fortaleza – disse que a entidade espera que a investigação seja aprofundada à exaustão e que o seu colega (Eulálio Rodrigues) teria afirmado que está tranquilo quanto às acusações.
Questionado sobre a existência de uma gravação que coprovaria a negociata, realizada com autorização da Justiça, Lessa disse que em nenhum momento da conversa entre Gil Bolinha e outra pessoa o nome do delegado é citado.
O mesmo argumento foi utilizado pelo presidente do Sindpol, Carlos Jorge da Rocha. Em entrevista a uma emissora de rádio, Carlos Jorge disse que o escrivão Minim negou envolvimento em qualquer procedimento ilegal. Minim ainda teria dito que nunca tinha visto qualquer negociata envolvendo Eulálio.
Além de inocentar Eulálio Rodrigues, Antonio Carlos Lessa disse que a peça mais importante na denúncia seria o depoimento do advogado Saulo Emanoel, que supostamente teria coordenado a negociação. “Apenas ele poderá dizer se pagou e a quem pagou para liberar seu cliente”, avaliou Lessa.