A taxa de inadimplência das operações dos bancos com pessoas físicas avançou de 8,4% em abril para 8,6% em maio deste ano e, com isso, bateu recorde da série histórica divulgada pelo Banco Central, com início em junho de 2000.
Explicação
"Houve uma parada brusca nas fontes de financiamento [crédito disponível] e isso leva que eu empresas e famílias não tenham como rolar os empréstimos [tomar outros empréstimos para pagar os antigos] e isso leva à inadimplência. Tem em sua composição basicamente a inadimplência do cheque especial, de 10,8%, a mais alta da série. O cheque especial tem uma taxa muito elevada. Os juros são a modalidade mais cara e isso compromete muito a renda", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Taxa geral e de empresas
Já a taxa geral de inadimplência, que inclui todas as operações, também subiu no mês passado, para 5,5%, o maior valor desde setembro do ano 2000, quando somou 5,8%. No caso das empresas, a taxa avançou de 2,9% em abril para 3,2% em maio deste ano, a maior desde maio de 2001, quando somou 4,2%.
Expectativa de melhora
Apesar do nível recorde de inadimplência de pessoas físicas em maio deste ano, a expectativa do Banco Central é de melhora do cenário nos próximos meses na medida em que a oferta de crédito cresça mais. "Com o restabelecimento das condições de crédito e restauração dessas linhas, a expectativa é que a inadimplência volte a cair. Se espera que, nestes momentos posteriores, com a regularização destas linhas de crédito, as famílias e empresas voltem a honrar seus compromissos", disse Lopes, do BC.