A Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos está finalizando os detalhes para a seleção de 300 mulheres, que serão capacitadas em temas como Ética, Direitos Humanos, Cidadania, Constituição, Defesa do Consumidor e Direito. Elas vão agir como mediadoras sociais, divulgando e implementando ações que orientam a comunidade na prevenção e redução de violência.
No geral, o projeto prevê investimentos de R$ 1,3 milhão nas comunidades atendidas pelo programa.
De acordo com a coordenadora do Projeto Mulheres da Paz de Alagoas, Nia Malta, as 300 mulheres serão escolhidas nos bairros do Benedito Bentes, Jacintinho e Vergel. Serão 100 em cada um dos três bairros, considerados os mais violentos da capital alagoana.
Para serem escolhidas, as mulheres têm que ter o perfil de líderes das comunidades, terem mais de 18 anos, possuir renda familiar de até dois salários mínimos, e ter disponibilidade de 12 horas semanais para dedicar ao projeto. Cada uma das mulheres receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 190,00.
“Essas mulheres servirão como um canal entre a comunidade e o governo do Estado. Como elas são moradoras dos bairros, e conhecem como ninguém a realidade local, elas poderão nos orientar a definir melhor as ações”, esclareceu Nia Malta.
O Projeto Mulheres da Paz faz parte do convênio firmado com o governo federal, por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
Para a advogada Patrícia Saraiva, que integra a equipe do Mulheres da Paz, a receptividade da população está sendo bastante favorável ao projeto. “As ações do projeto são bastante amplas. O Mulheres da Paz irá atuar junto ao Projeto Proteção de Jovens em Território Vulnerável no Município de Maceió (Protejo)”, ressalta a advogada.
A assistente social, Denise Arauna, que também compõe a equipe, lembrou que depois de capacitadas, as mulheres serão responsáveis por identificar, dentro da própria comunidade, os jovens que estão expostos aos mais diversos tipos de violência e que, a partir de então, passarão a ocupar o tempo com outras atividades.
Por meio do Mulheres da Paz, os jovens terão acesso a terapeutas, psicólogos e assistentes sociais, além de poderem participar de aulas de dança, informática e até canto. No projeto, será investido cerca de R$ 1,3 milhão.
Nia Malta citou também a importância do trabalho dos coordenadores juntos aos bairros. No Jacintinho, a coordenadora é Marisa Beltrão; no Benedito Bentes, é Gustavo Pita; e no Vergel, Mary Kadja.
“Nossa equipe multidisciplinar está empenhada em acionar na comunidade lideranças para iniciarmos nossas ações”, concluiu Malta.
Pronasci — Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania marca uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública.