O Egito reabriu temporariamente neste sábado, por três dias, a passagem de Rafah, na fronteira do país com a Faixa de Gaza, permitindo que alguns palestinos deixassem o território. Cerca de 400 pessoas puderam cruzar a fronteira e entrar no Egito. A prioridade para a passagem foi dada a estudantes, pacientes em tratamento médico e autoridades que participam de negociações para a unidade palestina no Cairo.
Do lado egípcio, 700 pessoas e dez caminhões com ajuda médica de países árabes esperavam para entrar na Faixa de Gaza. O território foi bloqueado por Israel, e também pelo Egito, por dois anos desde que o grupo militante palestino Hamas assumiu o controle. E há exatos seis meses Israel iniciou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Um porta-voz da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos, disse que a abertura temporária da passagem de Rafah não ajudará na reconstrução de Gaza. "Isso vai fazer uma diferença mínima, se fizer alguma", disse o porta-voz Chirs Gunness. "A passagem de Rafah não tem estrutura para as quantidades de materiais de construção e de outros suprimentos humanitários que precisam chegar a Gaza", afirmou.
O líder do Hamas Ismail Haniya fez uma visita surpresa à fronteira e disse esperar por uma reabertura "completa". Segundo ele, o governo liderado pelo Hamas em Gaza está preparado para operar a passagem na fronteira seguindo acordos com o Egito, com a União Europeia e com a guarda presidencial palestina, controlada pelo grupo rival Fatah.
Apesar das críticas vindas de todo o mundo árabe, o governo egípcio manteve a passagem de Rafah fechada na maior parte do tempo desde que o Hamas assumiu o controle total da Faixa de Gaza em junho de 2007. Ainda assim, o Egito ainda tem um importante papel diplomático nas negociações de paz para a região. E isto inclui o papel de intermediário entre Israel e o Hamas.
Nos últimos dias aumentaram as especulações sobre um possível acordo de troca do soldado israelense Gilad Shalit, capturado há três anos pelo Hamas, por prisioneiros palestinos.