A Espanha chegou à África do Sul como uma das favoritas ao título da Copa das Confederações, líder do ranking da Fifa e dona do futebol mais vistoso do mundo. Vai embora com um modesto terceiro lugar. Após um emocionante empate no tempo normal –com direito a virada espanhola e gol dos anfitriões nos acréscimos da etapa final–, a seleção espanhola venceu o time comandado por Joel Santana por 3 a 2, neste domingo, em Rustenburgo, e evitou um vexame maior.
A vitória era considerada como obrigação para o time de Vicente Del Bosque. Não esperava outra decepção na Copa das Confederações. Quatro dias atrás, havia sido surpreendida e acabou sendo eliminada pelos Estados Unidos, desperdiçando, entre outros detalhes, as chances de chegar à final e de quebrar o recorde de invencibilidade de seleções –ao lado do Brasil, contabiliza 35 jogos sem uma derrota sequer.
Já a África do Sul, apesar de lamentar uma partida que vencia por 1 a 0 até aos 42min do segundo tempo, deixa uma boa impressão. Vendeu caro as derrotas para brasileiros e espanhóis, considerados as duas principais forças do futebol mundial. Além disso, Joel Santana deve ter colocado ponto final na desconfiança sobre seu trabalho e praticamente selou sua participação no comando da seleção no Mundial de 2010.
O jogo
Hoje, Vicente Del Bosque sabia que precisava encontrar uma maneira de motivar sua equipe. Iniciou com Fabregas, Xavi e Puyol no banco de reservas. Apesar disso, não mudou seu estilo de jogo. No começo, a Espanha tinha maior posse de bola e buscava a fazer inversão rápida dos lados. Quase abriu o marcador. Logo aos 4min, David Villa fez bela jogada e bateu colocado no canto esquerdo de Khune, que desviou para escanteio.
Mas faltava algo a mais para a equipe de Vicente Del Bosque. Demonstrava que ainda não havia digerido o revés na semifinal. A África do Sul tentava repetir a estratégia dos norte-americanos. Marcar forte e sair rápido para o contra-ataque. Só conseguiu ser eficiente na marcação. Demonstrava dificuldades para chegar ao de Casillas. Em todo o primeiro tempo, teve apenas duas chances, com Booth, numa cabeçada, e um chute forte de Tshabalala. Para o segundo tempo, os espanhóis voltaram com um ânimo diferente.
Pelo menos no começo, estavam dispostos a não ter outra decepção na Copa das Confederações. E até fizeram um gol no começo da etapa final, aos 3min, mas a arbitragem viu impedimento de Sergio. Del Bosque chegou a sacar seu ataque titular (Torres e Villa) para marcar o gol. Mas nada disso melhorou o desempenho. E pior: viu as modificações feitas por Joel Santana surtirem primeiro o resultado desejado.
O brasileiro colocou em campo Mphela no lugar do astro Pienaar. E deu certo. O então reserva recebeu cruzamento de Van Heerden, que também havia entrado em campo momentos antes, dominou e fez o primeiro dos anfitriões, aos 27min. Tudo levava a crer que os sul-africanos venceriam. Mas o final do tempo normal foi emocionante. Primeiro, a estrela do reserva Guiza apareceu.
Num espaço de apenas dois minutos, aos 42min e aos 44min, ele virou o marcador. A torcida sul-africana não se conformava. Muitos choravam, enquanto outros deixavam o estádio. E não viram um golaço em cobrança de falta anotado, mais uma vez, por Mphela, nos acréscimos. Assim, a partida foi para a prorrogação.
A intensidade se manteve na prorrogação. Aos 8min, Mphela desperdiçou a chance de colocar os donos da casa em vantagem. Não fez e viu a qualidade de Xabi Alonso aparecer a 1min do segundo tempo, com um belo gol de falta que significou a terceira colocação da Copa das Confederações.
ESPANHA 3 x 2 ÁFRICA DO SUL
Espanha
Casillas; Arbeloa, Pique, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso, Riera, Cazorla e Sergio (Llorente); David Villa (David Silva) e Fernando Torres (Guiza).
Técnico: Vicente Del Bosque.
África do Sul
Khune; Gaxa, Booth, Mokoena e Masilela; Dikgacoi, Sibaya, Pienaar (Mphela), Modise (Van Heerden) e Tshabalala (Mhlongo); Parker
Técnico: Joel Santana
Data: 28 de junho de 2009 (domingo)
Local: Royal Bafokeng Stadium, em Rustenburgo (África do Sul)
Árbitro: Matthew Breeze (AUS)
Assistentes: Matthew Cream (AUS) e Ben Wilson (AUS)
Cartões amarelos: Sérgio, Llorente, Pique e Albiol (Espanha); Pienaar, Mphela e Masilela (África do Sul)
Gols: Mphela, aos 28min e aos 47min, e Guiza, aos 42min e aos 44min do segundo tempo; Xabi Alonso, a 1min do segundo tempo da prorrogação.