O governo interino de Honduras alertou neste domingo (5) que o presidente deposto Manuel Zelaya não será autorizado a desembarcar no país e proibiu o pouso do avião que o transportaria. Zelaya havia dito que iria voltar à capital Tegucigalpa, uma semana após um golpe de Estado que lhe tirou o poder.
"Ordenei que ele não fosse autorizado a voltar", disse Enrique Ortez, o ministro do Exterior interino quando perguntado sobre a possibilidade de Zelaya pegar um voo para o país.
Segundo a agência de notícias France Presse, as companhias aéreas Taca e American Airlaines suspenderam os voos para Honduras neste domingo, de acordo com fontes do aeroporto de Tegucigalpa. A agência também noticiou que esta manhã o aeroporto amanheceu rodeado por soldados.
Zelaya assegurou neste domingo que mantém seus planos de retornar ao país. Ele pediu a seus apoiadores no país que compareçam ao aeroporto para lhe receber.
O arcebispado da Igreja Católica no país pediu que Zelaya não volte, pois isso poderia dar início a confrontos sangrentos. No sábado (4), quase 10 mil pessoas protestaram em frente ao palácio presidencial.
Zelaya postou uma mensagem de vídeo na internet pedindo que os apoiadores compareçam ao aeroporto de Tegucigalpa. "Eu peço a todos os trabalhadores do campo, das cidades, índios, jovens, amigos, que me acompanhem em meu retorno a Honduras. Não tragam armas. Pratiquem o que eu sempre preguei: a não-violência."
Ele afirmou que voltará acompanhado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, o presidente do Equador, Rafael Correa, 300 jornalistas e ministros do exterior.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu no final da noite deste sábado (4) – início da madrugada de domingo, 5, em Brasília – suspender, com efeito imediato, a participação de Honduras no organismo interamericano. A decisão é resposta ao golpe de Estado ocorrido no domingo passado (28) e que afastou do poder o presidente do país, Manuel Zelaya.
A suspensão de Honduras foi aprovada por 33 dos 34 integrantes da OEA, com abstenção de Honduras, durante Assembleia Geral Extraordinária realizada na sede do organismo, em Washington, nos Estados Unidos. Para aprovar a suspensão bastavam dois terços dos votos, ou seja, pelo menos 24. Foi a primeira vez que a OEA suspendeu um país por golpe desde 1990, quando o Haiti foi punido pelo golpe sobre o presidente Jean-Bertrand Aristide.