Familiares protestam contra prisão de escrivão da Polícia Civil

Cláudia Galvão/Alagoas24HorasDa janela da Casa de Custódia, José Carlos Minin se defende das acusações

Da janela da Casa de Custódia, José Carlos Minin se defende das acusações

Dezenas de pessoas realizam na manhã desta quarta-feira, 8, um ato em frente a sede da Delegacia de Plantão I, no bairro do Farol, para protestar contra a prisão do escrivão da Polícia Civil, José Carlos Minin Lins, acusado de liberado – junto com o delegado Eulálio Rodrigues – o traficante Moisés Santos da Costa Júnior, conhecido como Gil Bolinha, em troca de uma propina.

Familiares e amigos do escrivão voltam a alegar que a prisão de Minin é arbitrária e não que não há provas contra ele. Com faixas e cartazes, os manifestantes pedem a liberação de José Carlos e ainda a saída de Marcílio Barenco da direção da Polícia Civil.

De acordo com a irmã do escrivão, Maria Lígia Minin, a expectativa é de que José Carlos tenha o habeas corpus deferido pelo Tribunal de Justiça, uma vez que – segundo ela – não existem provas para mantê-lo preso. “Ele tem 23 anos de serviço público, em três anos já tem direito a se aposentar. Não acreditamos que ele iria se envolver num esquema onde faturaria R$ 5 mil para liberar um preso”, justificou a irmã.

Pela janela da Casa de Custódia, José Carlos conversou com a imprensa e disse acreditar que sua prisão é uma forma de retaliação da Cúpula da Polícia Civil pela época em que fez parte do Sindicato dos Policiais Civil (Sindpol) e suas ações teriam desagrado. Ele diz acreditar na justiça e alega que não há provas contra ele.

O presidente do Sindpol, Carlos Jorge, participa da manifestação e afirmou que a entidade considera a prisão de Minin arbitrária e defende uma investigação séria e isenta.

O Caso

José Carlos Minin Lins e o delegado Eulálio Rodrigues foram preso no dia 24 de junho. Eles são acusados de receberem propina para liberar o traficante Gil Bolinha, que havia sido preso na noite do dia 18 pela Polícia Militar na companhia de Carlos Eduardo da Silva, com 350 gramas de crack, duas balanças de precisão, um celular e R$ 27 em espécie. Os dois foram encaminhados a Deplan I, no Farol, e apesar do flagrante, foram liberados.

Menos de 24 horas depois da liberação, na sexta (19), o traficante foi novamente preso no Shopping Miramar, no bairro do Feitosa, quando entregava dinheiro ao seu advogado, Pastor Saulo.

Segundo informações colhidas junto ao DEIC, a liberação de Gil Bolinha teria sido efetuada mediante pagamento de propina, no valor de R$ 15 mil, ao delegado que lavrou o flagrante, Eulálio Rodrigues, e outros agentes.

Em decisão publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (06), o desembargador Pedro Augusto Mendonça de Araújo, vice-presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) em exercício da Presidência na última semana, indeferiu o pedido de habeas corpus em favor do delegado Eulálio Rodrigues da Silva.

De acordo com a decisão do desembargador Pedro Augusto Mendonça, os elementos que embasaram o pedido de prisão preventiva foi resultado de minucioso trabalho de monitoramento telefônico realizado pela Superintendência de Inteligência da Secretaria de Defesa Social (SDS), onde consta que as peculiaridades dos atos imputados ao delegado Eulálio Rodrigues e aos demais investigados, adequam-se perfeitamente à Lei Estadual criadora da 17ª Vara Criminal.

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