O atestado de óbito do travesti Andréia Albertini, de 22 anos, que morreu na quinta-feira (9) em um hospital em Mauá, no ABC, em São Paulo, indica como causa da morte “coma neurotoxiplasmose síndrome imunodeficiência adquirida”. O corpo de Albertini foi enterrado na manhã desta sexta-feira (10) no Cemitério Santa Lídia, em Mauá. A mãe de Albertini, a dona-de-casa Sônia Maria Ribeiro, de 49 anos, disse não querer que o filho seja lembrado pela Aids.
O corpo do travesti, que se chamava André Luiz Ribeiro Albertini e tinha 22 anos, foi enterrado por volta das 10h15 desta sexta-feira (10) no Cemitério Santa Lídia, em Mauá. Ela ficou conhecida após se envolver em um escândalo com o jogador de futebol Ronaldo em abril de 2008. Poucos parentes e amigos acompanharam o enterro, após toda a madrugada de velório.
A travesti morreu na manhã de quinta-feira (9) em um hospital de Mauá. Ela estava morando em um flat em São Paulo havia dois meses. Para a mãe, Andréia não estava acostumada com o frio que enfrentou quando chegou. Além disso, uma forte depressão teria acelerado a doença.
As condições de saúde de Albertini foram descobertas depois que a dona do flat estranhou o confinamento da travesti, que não saía há dias, e resolveu arrombar a porta. Segundo a mãe, ela foi encontrada sentada no sofá, sem forças para se levantar ou comer.
Com a ajuda do ex-marido e pai de criação de Albertini, Sonia saiu de Mauá, onde mora, e foi até São Paulo. Ela relembra que trouxe Andréia para casa bastante debilitada e tentou levá-la para o hospital. “Eu a trouxe no domingo (5). Na segunda (6), ela ficou em casa. Na terça (7), teve uma convulsão e eu levei para o hospital já em coma”, detalha.
Ao chegar ao hospital, o médico disse que a situação de Albertini era delicada. “Ele me disse que, se sobrevivesse, ela ia ser um vegetal”, relembra.
Homenagem
A mãe lembra que Andréia era muito vaidosa. "Eu acredito que ela ia ficar contente com a repercussão de sua morte, sinal de que ela não morreu no anonimato. Ia dizer: ‘O pessoal lembrou de mim’. Não deixa de ser uma homenagem, embora em uma situação terrível”, afirma a mãe, que se refere a Albertini como “ela” porque “era assim que ela gostava de ser chamada”.
Segundo ela, Albertini se dava bem com os dois irmãos, um de 32 anos e outro de 14. “Ela jogava videogame com o mais novo. Os dois ficavam mexendo nos joguinhos do celular”, relembra a dona de casa.