Vereadores realizam sessão sem conhecimento do presidente da Câmara

Alagoas24Horas/ArquivoDudu Holanda (PMN) confirmou que não tinha conhecimento da sessão realizada na manhã de hoje

Dudu Holanda (PMN) confirmou que não tinha conhecimento da sessão realizada na manhã de hoje

Uma cena inusitada se passou na Câmara de Vereadores de Maceió, durante uma sessão relâmpago, que simplesmente foi aberta e fechada, sem nada ser votado. Logo após a sessão, cerca de sete dos 21 vereadores se reuniram em uma sala fechada e proibiram o acesso da imprensa, até para fotografias. Entre os vereadores presentes estavam Silvânia Barbosa (PTdoB), Paulo Corintho (PDT) e Ricardo Barbosa (PSOL).

A sessão – conforme informações de bastidores – teria como objetivo votar um projeto de lei para “regularizar” as verbas de gabinete. Porém, o presidente da Casa, o vereador Dudu Holanda (PMN) confirmou – por telefone – que não tinha conhecimento da reunião “secreta”, nem da sessão que foi realizada na manhã de hoje.

“Esta sessão não foi convocada por mim, portanto, eu entendo que ela seja nula. Não tem efeito. Eu só soube desta sessão agora pela manhã”, afirmou Dudu Holanda, demonstrando contrariedade, na entrevista, à reportagem do Alagoas24Horas. A sessão ser convocada sem o conhecimento do presidente pode ser o indicativo de racha na Câmara Municipal de Maceió – conforme informações de bastidores – que estaria isolando o presidente, inclusive dentro da própria Mesa Diretora.

Dudu Holanda – entretanto – não enxerga desta forma. Segundo ele, “não há nenhum racha entre os vereadores, nem confrontos na Mesa Diretora”. O que existe – ainda segundo o presidente – “é a inexperiência de alguns vereadores de primeiro mandato que atropelam o Regimento Interno por ausência de conhecimento”, destacou o presidente. Dudu Holanda disse que as sessões oficiais devem ocorrer amanhã e na próxima terça-feira, dia 28. “A (sessão) de hoje não tem validade alguma”.

O presidente disse desconhecer o assunto que levou os vereadores a se reunir de forma secreta e longe dos holofotes da imprensa. “Não sei se foi para discutir verbas de gabinete. O que posso dizer é que a Câmara Municipal tem trabalhado para se adequar, com projeto de lei, ao que solicita o Ministério Público Estadual, inclusive encaminhando a prestação de contas”.

De acordo com o que apurou o Alagoas24Horas, a sessão desta quinta-feira, dia 23, chegou a ser aberta pelo vereador Paulo Corintho (PDT), porém foi logo fechada. Os vereadores começaram a fazer telefonemas e depois se reuniram distantes da imprensa. Estavam presentes na sessão Silvânia Barbosa, Paulo Corintho, Pastor João Luiz (Democratas), Fátima Santiago (PP), Rosinha da Adefal (PTdoB), Thayse Guedes (PSC), Oscar de Mello (PP), Galba Novaes (PRB) e Ricardo Barbosa (PSOL).

O Alagoas24Horas conseguiu contato com o vereador Paulo Corintho, que presidiu a sessão. Em conversa por telefone, Corintho negou que a sessão tenha sido fechada para uma reunião secreta. “Nós suspendemos a sessão e ela é válida sim. Nós vamos retornar para apreciar alguns requerimentos”, frisou. Indagado se este retorno se daria ainda hoje, Paulo Corintho afirmou que “sim”. Os vereadores devem voltar a se reunir ainda nesta manhã na sede provisória da Câmara Municipal.

Paulo Corintho afirmou ainda que o vereador Dudu Holanda sabia da sessão porque foi comunicado, como foi feito com todos os vereadores. Informações de bastidores dão conta de que Dudu Holanda estaria indo para o local.

O vereador Ricardo Barbosa também foi ouvido por nossa equipe de reportagem. Barbosa disse que a sessão pretende votar as novas secretarias a serem criadas na gestão do prefeito Cícero Almeida (PP). “Pelo que soube este é o assunto que me foi passado pela 1ª secretaria. Eu fui convocado pela 1ª secretaria e não pela presidência. Como a convocação aconteceu dentro de um período em que estamos em sessão permanente, eu resolvi atender”, colocou o vereador do PSOL.

Ricardo Barbosa disse que – neste exato momento – os vereadores tentam reabrir a sessão. O vereador foi indagado ainda sobre o fato do presidente não ter tido o conhecimento da sessão: “Não posso afirmar se ele soube ou não, o que posso dizer é que fui convocado. Eu não tenho participado das discussões internas da Câmara Municipal desde julho. Então, não posso fazer uma avaliação precisa se há um racha, ou se esta sessão ocorreu de forma estranha”, frisou.

Diante da "estranheza" da sessão, Ricardo Barbosa pediu que seu nome fosse retirado da lista de presença. O vereador – mesmo sem poder afirmar – suspeita da existência de uma guerra. "Se há uma guerra, eu não pertenço nem a um lado, nem ao outro. Não sou contra, nem a favor a grupo algum. Eu recebi a convocação para – primeiramente – a leitura do projeto de lei sobre as verbas de gabinete e depois soube que seria retomada a sessão para aprovação das secretarias. Achei estranho e optei por não fazer parte desta sessão, que pode inclusive ser anulada". O nome de Ricardo Barbosa passa a não constar em ata oficial.

O vereador confirmou ainda que a TV Câmara não se encontra no plenário. Ou seja, a sessão sequer possui o registro do veículo de comunicação oficial da Casa. A equipe de reportagem do Alagoas24Horas ainda tentou contato com a 1ª secretária Silvânia Barbosa e com o vereador Galba Novaes, mas até o momento não obteve êxito.

Secretarias

Após o retorno da sessão, os 15 vereadores presentes aprovaram – por unamidade – os dois projetos de lei, de autoria do Poder Executivo, que criam as secretarias de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania e de Economia Solidária e Qualificação Profissional.

Os projetos seguem, agora, para a sanção do prefeito Cícero Almeida (PP), que havia anunciado a retirada do projeto de lei da pauta da Câmara.

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