‘Temos que jogar soltos’, decretou o técnico Bernardinho para a partida sexta-feira, logo após a vitória na estreia. Obedientes ao comandante, os jogadores da seleção brasileira assimilaram a orientação e deram um show contra a, sempre rival, Argentina, garantindo a classificação à semifinal da Liga Mundial em primeiro lugar no grupo F. Foram tranquilos 3 sets a 0, parciais de 25/20, 25/22 e 25/20, na Beogradska Arena, na cidade sérvia de Belgrado.
– A partida foi como a gente esperava. Entramos com a consciência justa, que era vencer – disse o oposto Leandro Vissotto.
A equipe do técnico Bernardinho, que busca o octacampeonato da Liga Mundial, volta à quadra neste sábado para enfrentar a Rússia, que perdeu para a Sérvia por 3 sets a 1 (25/23, 25/23, 23/25 e 25/21) e ficou com a segunda posição do grupo E. O jogo será às 12h30m (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV, e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM. Mais tarde, às 15h30m, a Sérvia enfrentará Cuba no mesmo local para definir o outro finalista.
Bernardinho pediu que o time jogasse mais solto, com liberdade dentro de quadra, assim como imaginou que os adversários iriam fazer. Afinal, além da eterna rivalidade entre os países, a responsabilidade da vitória era total do Brasil. Outra atenuante para a alteração no esquema tático era o técnico argentino, Javier Weber, um velho conhecido do sistema de jogo da equipe verde-amarela. E assim começou a partida, com os jogadores brasileiros atentos, mas explorando ao máximo os principais fundamentos – saque, ataque e bloqueio. Logo, o placar já marcava 6/2 para o Brasil.
O capitão Giba, que na partida contra Cuba esteve apagado e foi substituído por Thiago Alves, parecia um gigante em quadra. Talvez a insônia da noite anterior, que Rodrigão relatou em seu diário, tenha sido o motivo da má atuação. Porém, contra os ‘hermanos’, nada de problema. Foram pancadas nas pontas e saques forçados. E a vantagem aumentou, com o Brasil fechando em 25/20.
No início do segundo set, Rodrigão sentiu um estiramento no braço esquerdo ao defender uma bola. Tentou se manter em quadra durante alguns pontos, mas foi substituído por Sidão, que pareceu estar totalmente recuperado das dores no músculo adutor da coxa. A Argentina aproveitou a alteração do Brasil para crescer na partida. Enquanto a equipe brasileira ainda se ajustava com a entrada do jogador reserva, os argentinos empataram em 17/17. Leandro Vissotto colocou três saques certeiros, que deixaram a seleção em vantagem. Murilo, mordido por ter levado um bloqueio simples, cravou duas bolas e ajudou a finalizar em 25/22.
– Quem está do lado de fora está sempre atento para entrar e o dar o melhor – contou Sidão.
A ansiedade para fechar o jogo e garantir a classificação à semifinal afetou o time do Brasil. Erros que antes não aconteceram, puderam ser vistos no terceiro set. Foram saques para fora e bolas rifadas no ataque. Bernardinho se irritou e chamou seus jogadores para conversar. No retorno à quadra, após o segundo tempo técnico obrigatório, uma jogada deu moral à equipe.
Em um ataque argentino, Sidão correu e defendeu de forma incrível, Bruninho, de costas, levantou no meio para Lucão cravar e sair comemorando muito. Com 19/12 no placar, a seleção passou a ter mais calma nas viradas de bola. No 20º ponto, Marlon e Rivaldo entraram no lugar de Vissotto e Bruninho. O nível não caiu e, com um erro adversário, a seleção marcou 25/20.