O governador Teotonio Vilela Filho enviou uma carta à presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), Girlene Lázaro, em que mostra sua preocupação com o anúncio do início da greve dos professores e servidores para a próxima segunda-feira (27).
“Vejo com muita preocupação a possibilidade da paralisação, o que certamente vai trazer como consequência danos à Educação no Estado, que ainda ostenta os piores índices do país. Conclamo e apelo aos trabalhadores da Educação que repensem a greve anunciada, em nome dos 259 mil alunos matriculados na rede pública estadual, para os quais temos direcionado o foco de todo o nosso esforço coletivo: governo e trabalhadores, por uma educação sustentável e de qualidade”, assinalou o governador.
Na carta à presidente Girlene Lázaro, o governador afirma ainda que sempre pautou sua vida, sua história e sua conduta “pelo reconhecimento e respeito ao professor, à professora e aos trabalhadores da educação, pelo que representam na construção de uma sociedade justa e igualitária”.
“Qualquer paralisação é danosa para todos. Mas, certamente, não há momento pior do que este para se cruzar os braços, pois Governo, Sinteal e CUT estão em franco diálogo, há uma Mesa Permanente de Responsabilidade Educacional instalada e funcionando; acordamos com a CUT a criação de um comitê que se debruçará detalhadamente sobre os números orçamentários, financeiros e fiscais do Estado como um todo e da Educação, em particular, buscando todas as possibilidades para construir propostas que possam atender aos servidores”, diz um trecho da carta.
A greve, de acordo com o governador, pode trazer também prejuízos incalculáveis imediatos. No mês de agosto termina o prazo para a conclusão dos dados do Censo Escolar, indispensável para a garantia de recursos do governo federal para o setor no próximo ano, inclusive comprometendo de forma direta o pagamento dos próprios professores.
Ele lembrou também que cerca de 8 mil alunos do Ensino Médio de 17 municípios que estariam sendo transferidos e matriculados na rede estadual, nesse início do mês de agosto, podem perder o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em outubro.
“O anúncio da greve já motivou, inclusive, a manifestação contrária de alunos em vários pontos do Estado, sobretudo em Maceió, que não aceitam mais arcar com os prejuízos em suas vidas, como vivenciaram milhares de estudantes em anos anteriores”, completou Teotonio.
O governador lembrou que com os esforços que o governo está desenvolvendo, no sentido de avançar em sua política educacional, o Estado paga hoje o 4º maior salário do país aos professores com nível superior.
“O Estado só vai conseguir transformar a realidade social e efetivar mudanças substantivas na Educação, com o apoio e parceria da categoria dos professores e dos demais trabalhadores do setor. Por isso, abrimos canais de participação e diálogo, como o Pacto pela Educação, celebrado entre governo e diversos parceiros, incluindo esse valoroso Sindicato, em outubro do ano passado”, finalizou.