Durante a semana, o Bahia conviveu com a polêmica campanha do "Público Zero", em que torcedores pediam o não-comparecimento na partida contra o Vasco. Mas não foi o que aconteceu neste sábado. A torcida foi ao estádio Governador Roberto Santos, em Pituaçu, e não se arrependeu. Viu o zagueiro Nen, com dois gols de cabeça, sair como o herói na vitória de virada do Bahia por 2 a 1, com um homem a menos – Leandro foi expulso.
Alex Teixeira abriu o placar para o Vasco, que com a derrota sai do G-4 da Série B do Brasileirão, ultrapassado pelo Figueirense, que bateu a Ponte Preta por 1 a 0, e pela Portuguesa, que derrotou o América-RN por 2 a 1. Com a vitória, o Bahia pulou para 19 pontos, e fica mais perto do pelotão de frente.
Na 14ª rodada, na próxima terça-feira, o Vasco receberá o Fortaleza, em São Januário. O Bahia também jogará em casa, contra o Juventude.
Bahia marca forte
Foi um primeiro tempo com muita disputa pela bola – houve 25 faltas -, mas de pouco carinho com ela no pé. Com a torcida presente, o Bahia até que tentou mais que o Vasco, mas os dois times ficaram devendo em qualidade.
O time baiano entrou inflamado para a partida. De marcação adiantada, a pressão surtiu efeito logo com um minuto e quarenta segundos de jogo. Após uma bola roubada, Leandro arrancou pelo meio e a bola sobrou para Reinaldo Alagoano, que bateu para boa defesa de Fernando Prass.
O Vasco procurava responder à altura, mas esbarrava na boa marcação do Tricolor baiano, mais eficiente nas divididas. Tanto no campo de defesa como no de ataque. E após uma roubada de bola na saída de jogo do Cruzmaltino aos oito minutos, Reinaldo rolou para Elton, que desperdiçou a chance isolando para fora.
Com o meio-campo pouco criativo, que tinha dificuldade de tocar a bola e entrar na defesa baiana, o Vasco teve a primeira chance num lance de bola parada, aos 12 minutos, quando Nilton bateu falta. Marcelo fez boa defesa. Apesar de contar com jogadores combativos na meia cancha, o time cruzmaltino perdia a maioria das bolas no meio-campo e cometia muitas faltas. Fora isso, Alex Teixeira, sobrecarregado e sem inspiração, era bem marcado. E pelo lado esquerdo, Ramon, pendurado logo no início com um cartão amarelo, pouco subia, e ainda por cima sofria pressão do lateral-direito Marcos, um dos destaques do Bahia na primeira etapa.
Era por ali que o Tricolor procurava atacar mais. Além de Marcos, Beto caía pelo setor para buscar a linha de fundo. Aos 21 minutos, Alex Maranhão cobrou uma falta do lado direito procurando Menezes, que emendou por cima do gol, com perigo.
Aos 31 minutos, Paulo Comelli foi obrigado a mexer no Bahia. Elton levou pancada na coxa e acabou substituído por Leo Medeiros. A equipe baiana abriu a guarda na defesa, e o Vasco por pouco abriu o placar, na sua melhor jogada no primeiro tempo. Pela esquerda, Alex Teixeira tocou na altura da meia-lua. Robinho recebeu e rolou para a sua direita. Elton cortou Rogério e chutou com força, mas a bola bateu na cabeça do goleiro Marcelo.
Gol do Vasco
Se no intervalo o árbitro Francisco Nascimento trocou de camisa (tirou a laranja e entrou com a amarela), o técnico do Vasco, Dorival Jr. mexeu no meio-campo. Pôs Paulinho no lugar de Ernani. E aos três minutos, o Vasco, pela direita, encontrou logo o caminho do gol. Justamente com aquele que não havia marcado na temporada de 2009. Em bola que Robinho acabou deixando para Alex Teixeira, o camisa 7 dominou, cortou Nen e bateu cruzado. O zagueiro Rogério, que vinha chegando, tentou cortar a bola, mas a mandou para as redes. E a vibração com o gol foi especial: Alex Texeira não marcava desde outubro do ano passado, em partida contra o Goiás.
A entrada de Paulinho melhorou o meio-campo. Melhor no toque de bola, o Vasco parecia ter descoberto o caminho do gol. Novamente pela direita, por pouco ampliou o placar. Aos 8, Paulo Sérgio dominou e girou batendo, de canhota. Por pouco fez um golaço, encobrindo Marcelo, que conseguiu voltar para fazer a ponte.
Bahia empata e vira
O técnico Paulo Comelli mexeu novamente no Tricolor baiano. Nadson, recém-contratado, entrou para fazer sua estreia no lugar de Beto no ataque. Dorival também mudou novamente a equipe vascaína, trocando Robinho por Adriano.
Quando estava melhor na partida, o Vasco cometeu falha no sistema defensivo em bola cruzada na área. O Bahia aproveitou e chegou ao empate aos 19 minutos. Em escanteio cobrado por Leo Medeiros pela direita, Nen chegou livre de marcação, subiu mais alto que Vilson e toda a zaga e testou firme.
O jogo mudou. Embalado pela vibração da torcida, o Bahia quase virou o placar aos 23, quando Reinaldo Alagoano arrancou pela esquerda e bateu cruzado. A bola tocou em Fernando Prass e ia entrar, quando Vilson salvou,
Aos 30, Leandro, que tinha o cartão amarelo, esqueceu a bola e entrou duro em Adriano. Ganhou o cartão vermelho. Logo em seguida, Carlos Alberto, que não atuava desde 30 de junho, no empate de 0 a 0 com o Bragantino, em São Januário, entrou no Vasco no lugar de Elton.
O Vasco seguiu melhor na partida. O goleiro Marcelo por pouco levou um frango aos 35, em centro de Ramon. Três minutos depois, Adriano bateu no travessão. Aos 39, cortou o goleiro e foi fominha ao não tocar para Carlos Alberto, livre. Preferiu bater, e Evaldo, na linha, salvou o gol.
A partida estava emocionante. O Bahia deu o troco aos 40, em cabeçada de Rogério. Fernando Prass salvou. No escanteio, Nen, novamente de cabeça, marcou o gol da virada baiana. No último minuto, Carlos Alberto, visivelmente acima do peso, quase empatou. Mas o dia era do Bahia