Alagoas teve uma redução de 35,85% na mortalidade infantil no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2008. Apesar de o Estado ainda liderar o ranking nacional na taxa de mortalidade infantil, o trabalho integrado entre os governos federal, estadual e municipal já rendeu um saldo positivo: 161 crianças alagoanas de até um ano foram salvas.
Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e foram obtidos por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) das secretarias dos 102 municípios alagoanos. Os números foram computados após comparação com o índice de óbitos registrado no mesmo período de 2008, que apontam a morte de 610 crianças antes de completar um ano de vida. Este ano, no período de janeiro a junho, foram notificados 449 óbitos.
Em 21 dos 102 municípios alagoanos não foi registrada nenhuma morte de janeiro a junho deste ano, como o município de Paulo Jacinto, onde, no primeiro semestre de 2008, ocorreu a morte de uma criança e nos seis primeiros meses deste ano, não foi registrado nenhuma óbito nesta faixa etária.
De acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde, a mortalidade infantil pode ser calculada pelo método direto, utilizando-se os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Ou pelo método indireto, realização de estimativas por técnicas demográficas especiais, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que podem oferecer boa aproximação da probabilidade de morte no primeiro ano de vida.
Alagoas é um dos 19 estados em que o Ministério da Saúde analisa a taxa de mortalidade infantil pelo método indireto (IBGE). Apenas nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santana Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal utilizam o cálculo pelos dados do SIM e do Sinasc.
“As ações desenvolvidas pela equipe técnica da Sesau, em parceria com os municípios, visando reduzir a mortalidade infantil em Alagoas, já começaram a surtir efeito positivo, como por exemplo, a implantação do Promater, programa que visa incrementar o atendimento nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Cuidados Intermediários (UCIs) neonatais, com o objetivo de melhorar e ampliar a quantidade de leitos e o atendimento materno e infantil”, afirmou o secretário da Saúde, Herbert Motta.
Para ele, mesmo diante desta realidade positiva, ainda há muito para ser feito e, para isso, a integração entre o governo do Estado e os municípios é fundamental para o desenvolvimento de uma política de atenção básica e de vigilância em saúde eficiente.
A diretora de Atenção Básica, Myrna Pimentel, destacou que a redução da mortalidade nesses municípios se deve também à cobertura vacinal, ao apoio, estímulo e proteção ao aleitamento materno, instalação do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Materna e Infantil, à ampliação do Programa Saúde da Família e à implantação do Programa de Triagem Neonatal.
Ela ressaltou, ainda, a criação do Fórum Viva Vida, que tem percorrido as microrregiões de saúde para sensibilizar gestores, médicos, enfermeiros e agentes comunitários a se engajarem na luta para a redução da mortalidade infantil. “Até 2010, a meta do governo do Estado é reduzir em 10% o índice”, completou.