A desmilitarização da Polícia Militar de todo o Brasil foi mais uma vez foco de discussão. Nesta semana, os líderes militares – sargento Teobaldo de Almeida (presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas – ASSMAL) e soldado Wagner Simas (presidente da Associação dos Cabos e Soldados – ACS) estiveram, em Brasília, reunidos com o Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri para debater o assunto.
Na ocasião, os representantes das associações militares tiveram um encontro com o Senador Renan Calheiros (PMDB/AL) e pediram apoio ao senado sobre as mudanças da Lei de Promoção, que pretende retirar a promoção por tempo de serviço.
“É a única porta de reoxigenação das praças, esperamos contar com o apoio do Senador Renan Calheiro, do Governador Teotonio Vilela para que essa injustiça contra os soldados, cabos e sargentos não seja colocada em pratica. Já ganhamos pouco e ainda querem tirar a única oportunidade de no final de nossa carreira profissional termos uma melhor condição de vida. Um soldado quando vai para a reserva tem um pequeno acréscimo em seu subsidio de R$ 200,00 e é esse valor que querem tirar de nós. Isso não vamos aceitar”, afirmou o Sargento Teobaldo de Almeida.
A ASSMAL e ACS realizam no dia 16 de agosto uma “caminhada pela paz”, com saída prevista para as 09h, da Praça dos Sete Coqueiros, na Pajuçara. Durante o evento, os policiais irão expor à sociedade alagoana a insatisfação da tropa com as condições de trabalho. Além disso, irão pedir o apoio dos alagoanos para aprovação da PEC 300 e a manutenção da promoção por tempo de serviço.
Visitas
Em Brasília, os presidentes das entidades de Classe Militar realizaram visitas no Batalhão Especial de Pronto Emprego (BEPE) e na Chácara onde funciona a base da força nacional. A intenção foi observar as condições estruturais dos 36 militares de Alagoas que estão servindo a Força Nacional.
Segundo o Sargento Teobaldo, todos recebem instruções de nível internacional e esperam que no retorno a Alagoas, previsto para setembro, passem a ser multiplicadores.
“Eles estão satisfeitos pelas condições profissionais quês tão sendo dadas, mas esperam que sejam valorizados quando regressar. Está acontecendo uma injustiça com os nossos valentes colegas alagoanos da Força Nacional. O fato é que por estarem servindo ao Brasil, não estão sendo promovidos, por não terem o curso complementar de praças. Isso ocorre diferente dos outros estados que vêm valorizando o trabalho de seus valentes militares, que são promovidos mesmo sem o curso, já que, têm a obrigação de Nacional realizar o referido curso no término da missão na Força Nacional”, disse o sargento.
Para o sargento Magalhães (PM/AL), que serve a Força Nacional, a polícia do Brasil precisa de mudanças estruturais e a implantação de um código de ética profissional. “Temos a certeza de que sairemos daqui mais humanizados, com uma nova visão de policiamento cidadão, em que a sociedade é o bem maior. Devemos protegê-la, com a garantia dos direitos constitucionais e direitos humanos. Seria necessária a democratização da polícia brasileira, com um código de ética profissional justo e uma carga horária de trabalho humanitária”, conclui.