OAB denuncia pastor e fiel por intolerância religiosa

Luis Vilar/Alagoas24horasOAB e entidades ligadas ao movimento negro denunciam intolerância religiosa ao MP

OAB e entidades ligadas ao movimento negro denunciam intolerância religiosa ao MP

A Comissão de Defesa das Minorias da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL), denunciou – na manhã de hoje, dia 31 – um pastor evangélico da Igreja Internacional da Esperança e um fiel por vilipendio, intolerância religiosa e discriminação, ao procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.

De acordo com o documento encaminhado ao Ministério Público Estadual, o fiel, identificado como José Torres Ferreira de Oliveira Filho, e o pastor teriam invadido um culto de Candomblé, que existe desde 2006 na cidade de Marechal Deodoro, e quebraram as imagens dos orixás.

A denúncia foi apresentada ao promotor Ubirajara Ramos, mas deve ser encaminhada a Eduardo Tavares. De acordo com Ramos, o procurador-geral de Justiça deve mandar a denúncia para a promotoria criminal de Marechal Deodoro, para que seja instaurado o procedimento investigativo criminal.

O MP pode ainda solicitar o inquérito que já foi instaurado pela Polícia Civil de Alagoas, quando a denúncia foi feita pelos frequentadores do culto na Delegacia Distrital de Marechal Deodoro. A Ordem tenta ainda, juntamente com os denunciantes, identificar o pastor. “Nós estamos procurando o MP por conta da omissão por parte do poder público”, destacou ainda o presidente da Comissão de Defesa das Minorias, o advogado Alberto Jorge.

Os dois religiosos são acusados de depredar um templo umbandista. A confusão se iniciou – conforme os frequentadores do templo – depois que a mãe de José Torres Ferreira de Oliveira faleceu. Ela freqüentava o tempo. De acordo com o advogado, José Torres afirma que a casa onde são realizados o culto pertencia a mãe e alega que agora o terreno é dele.

Os frequentadores do templo afirmam que as ameaças continuam. “Ele já tentou invadir o local outras vezes para levar alguns eletrodomésticos que ele afirma que é da mãe, mas que pertence ao templo”, salientou. Ainda de acordo com a denúncia, José Ferreira só não ateou fogo no local porque houve a intervenção de outras pessoas que o impediram de continuar a destruição.

“José Ferreira, estava acompanhado de um pastor da Igreja Internacional da Esperança, de posse de uma pá e um pé de cabra e invadiram, destruindo o templo religioso”, disse Maria José.

Alberto Jorge disse que o pastor e José Ferreira praticaram o crime contra a liberdade de culto religioso. O caso ocorreu no dia 14 de maio deste ano.

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