Rebatendo o discurso do governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB), que pediu o fim da greve dos professores, representantes do sindicato da categoria afirmaram que a greve continua e questionaram onde esteve a responsabilidade do estado nos últimos três anos em que não concedeu reajuste à categoria e não investiu na estruturação das escolas. Os servidores da educação voltaram a se reunir na manhã desta sexta-feira, 31, em assembleia no Clube Fênix Alagoano, desta vez para avaliar o rumo do movimento que paralisou as atividades da rede estadual de ensino por 15 dias.
“Ele quer novamente a nossa compreensão. Há três anos esperamos por reajuste e melhoria nas condições de trabalho e nada foi feito. Ele fala da nossa responsabilidade como educadores e cadê a responsabilidade dele como governador? E o compromisso com a sociedade?”, questionou a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Célia Capistrano.
Capistrano disse ainda que o discurso apelativo não muda o posicionamento da categoria, nem a greve por tempo determinado. Segundo ela, o Sinteal avalia como positiva a mobilização de 15 dias e ressaltou a grande participação da categoria. “Estamos hoje fechando a mobilização da próxima semana. Não estamos apenas em greve, estamos mobilizados. Infelizmente nenhuma das nossas reivindicações foi atendida”, completou.
Quanto à proposta do governador em abrir as contas do estado para que os servidores façam uma auditoria, a sindicalista desafia o governo a mostrar os números corretos. “No momento que o governador mostrar os números verdadeiros nós iremos nos debruçar e ver a realidade do estado”, explicou.
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Isac Jackson, afirmou que auditoria não é atribuição de trabalhadores e sim do Tribunal de Contas. “Nosso papel não é de auditor, pois o Tribunal de Contas da União faz isso muito bem. Agora se o governador quiser, nós podemos contribuir no tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal para o reajuste dos servidores. Para este fim, estaremos junto com ele”, afirmou o sindicalista.
Os servidores em educação reivindicam reajuste salarial de 15%, condições reais de trabalho; convocação de concursados, garantia de direitos conquistados, como difícil acesso, agilidade na implantação da mudança de nível, pagamento do resíduo da isonomia, ampliação de vagas para o curso Profuncionário no segundo semestre; recuperação do Cepa, implementação das escolas de tempo integral; política de segurança; e agilidade na elaboração e encaminhamento das minutos referentes à garantia da classe.