Na tarde de hoje, policiais militares prenderam o sargento da reserva, José Belaildo dos Santos, vulgo Belaildo, acusado de ser participante do assassinato de José Cardoso de Albuquerque, crime ocorrido na cidade de Palmeira dos Índios. Belaildo que até então era testemunha do caso, passou a réu no processo, depois da prisão de Manoel Bernardo de Lima Filho, outro acusado do crime, foragido há mais de 12 anos e que foi recapturado em São Paulo pela Policia Federal, após investigação da policia alagoana.
A reviravolta do caso se deu na última semana, quando integrantes do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), esteve na cidade de Palmeira dos Índios, para ouvir Manoel Bernardo, o vulgo Lima, que responde por vários crimes cometidos em Alagoas, e entre eles o homicídio cometido contra o senhor José Cardoso de Albuquerque. A vitima é pai do cantor forrozeiro Geraldo Cardoso, e foi assassinado em 1989, dentro de uma loja de autopeças naquela cidade, crime de grande repercussão no interior do estado.
Segundo dados da época, o Sargento Belaildo, pertencia supostamente, a um grupo de extermínio liderado pelo delegado Ricardo Lessa, já falecido, e que na época, seria rival do grupo da gangue fardada, comandada pelo ex-Tenente da PM Cavalcante. No depoimento prestado ao GECOC, Lima, contou que no dia do crime, ele juntamente com o Delegado, o sargento da PM/AL Belaildo e Antenor Carlota, motorista de Ricardo Lessa, teriam recebido certa quantia para cometer o crime.
Ainda em seu depoimento, Lima, assumiu ter efetuado o primeiro disparo contra Zé Cardoso, que já caído ao chão recebeu outros dois tiros a queima roupa, mas que teriam sidos efetuados pelo sargento da reserva. Esse novo depoimento embasou o pedido de mandado de prisão expedido contra Belaildo, feito pelo Juiz Mauricio Breda, da 17º Vara Criminal do Estado.
Geraldo Cardoso, filho da vitima, disse que na época do crime, estava no início de sua carreira musical, e que prestou depoimento e pediu esclarecimento do crime e segurança para toda sua família, ao então Secretário de Segurança Pública, José Rubens, mas que por conta disso foi ameaçado e obrigado a sair do Estado para se manter vivo.
“Na época eles receberam uma grande quantia de um político de Quebrangulo, para matar meu pai. Depois eles passaram a perseguir e ameaçar toda a família, inclusive, por medo das ameaças nos ausentamos urgentemente do Estado, só voltamos vários anos depois. E agora agradeço todo empenho da Secretaria de Defesa Social, em finalmente esclarecer o crime e colocar os acusados na prisão, pois o crime já estava prestes a prescrever ”, afirmou.
Segundo o Coronel Valdir, Comandante do Policiamento da Capital, a prisão de Belaildo foi realizada por uma guarnição do 1º Batalhão. No momento do cumprimento do mandado, o sargento da reserva, estava em sua residência no bairro de Benedito Bentes e não esboçou nenhuma reação. Após ser informado o porquê de sua prisão, ele foi levado ao Instituto Medico Legal, para fazer exame de corpo de delito e em seguida foi encaminhado para o presídio militar, onde ficará a disposição da Justiça Alagoana.