A segurança pública em Alagoas foi o tema principal da 30ª Reunião do Fórum Estadual de Turismo de Alagoas (Foretur), ocorrida nesta quinta-feira no Palácio República dos Palmares, no Centro. Estiveram presentes representantes do colegiado; do “trade” turístico e de autoridades ligadas às polícias civil e militar, além de representantes de órgãos interessados em conter a violência em Maceió e no Estado como um todo. Segundo José Otávio da Rocha, secretário-geral do Foretur, essa foi a primeira vez que se conseguiu reunir todos os atores da segurança pública em Alagoas.
Ao abrir a reunião, o secretário de Estado do Turismo, Virgínio Loureiro, agradeceu a presença de todos e falou do sucesso da última temporada turística, em julho, e também sobre o tratamento de saúde a que está sendo submetido, agradecendo, inclusive, o apoio que tem recebido dos amigos. O dirigente da Setur falou ainda da importância do Foretur para o desenvolvimento do turismo no Estado, pois atende a todas as demandas dos segmentos envolvidos e é o cenário ideal para as discussões de temas de interesse do turismo. Discorreu também sobre a importância do turismo para a inclusão social e como gerador de emprego e renda, citando as cocadeiras e tapioqueiras.
Por sua vez, o diretor-geral de Polícia, Marcílio Barenco, que representou o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, fez referências sobre o turismo sustentável, bem como das ações que estão sendo efetivadas para minimizar a violência no Estado. Segundo ele, nos últimos dez anos não houve investimentos na Segurança fato que não contribui para a mudança imediata da situação da segurança em Alagoas. Barenco deixou claro que esse problema não se resolve a curto prazo e defendeu parcerias entre o setor público e privado.
Já o presidente do Conselho de Segurança, Delson Lyra, apresentou estatísticas sobre os homicídios no Brasil e em Alagoas; defendeu o pacto federativo e afirmou que a segurança é um problema de todos nós.
Por sua vez, o secretário de Promoção da Paz, Jardel Aderico, discorreu sobre a violência e afirmou que a proposta de sua Pasta é dialogar com a comunidade fazendo com que as pessoas aprendam a ser pacíficas. Falou também da parceria que está firmando com a Prefeitura Municipal da Maceió, através da Secretaria de Assistência Social para a realização de trabalhos junto à comunidade.
Outro a se pronunciar foi o secretário Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadã, Pedro Montenegro. Ele afirmou que a questão segurança pública é um problema complexo, mas não impossível. Segundo Montenegro, a Segurança Pública carece de um diagnóstico e precisa aumentar a sua eficiência, enfatizando que nada pode ser feito com amadorismo ou empirismo.
O secretário Montenegro citou números da criminalidade no Brasil e em Alagoas e se disse contrário ao policiamento aleatório (referindo-se a extinta Oplit), que atuava na orla marítima. Sugeriu a criação de um policiamento ostensivo na orla, com policiais e viatura, e concluiu: “Sem justiça não haverá paz”.
Por outro lado, o comandante de Policiamento da Capital, cel. Valdir, falou sobre a violência e os projetos para contê-la, a exemplo do “Território da Paz”, no Benedito Bentes, e “Polícia Comunitária”, no Selma Bandeira. “Eu nunca vi a Polícia longe da comunidade. Ou a gente vai à comunidade ou a marginalidade vai nos engolir”, afirmou. Segundo ele, o tráfico não deixa a Polícia se aproximar da população, e esse trabalho que está sendo feito pela PM junto à comunidade tem contribuído para mudar esse perfil.
O comandante de Policiamento do Interior, cel. Praxedes, na sua fala, disse que a Polícia nunca esteve omissa e que a segurança tem jeito, com a efetivação de ações concretas, ressaltando que o diagnóstico já existe. Questionado pela presidente da Associação de Hotéis, Pousadas e Trade Turístico de Maragogi e Japaratinga (Ahamaja), Vergínia Stodolni, sobre a atuação da PM no litoral Norte, o oficial prometeu envidar todos os esforços para incrementar a fiscalização e anunciou que, em breve, novas viaturas estarão em operação em Maragogi e municípios vizinhos.
Falando em nome do “trade” turístico, o empresário hoteleiro Mauro Vasconcelos, disse estar feliz por ver o Estado e o município sentados à mesma mesa defendendo a mesma causa. Segundo ele, a base de uma sociedade é a segurança e essa mesma sociedade tem cobrado uma posição firme da Polícia Militar.