No dia em que Adriano pôde festejar seu retorno à Seleção, quem atraiu os olhares no Estádio do Maracanã foi o goleiro Bruno. Acostumado a ser exaltado pelas defesas difíceis, o jogador foi o principal alvo dos protestos da torcida rubro-negra na noite desta quinta-feira, na derrota sofrida por 2 a 1 diante do Cruzeiro, de virada, no complemento da rodada de abertura do returno do Campeonato Brasileiro.
O camisa um foi eleito pelas arquibancadas o principal vilão de mais uma derrota flamenguista na competição nacional, que quebra uma sequência de cinco partidas seguidas sem revés atuando como mandante e afasta da equipe a possibilidade de voltar a brigar na parte de cima da tabela. Estagnado nos 27 pontos, o time do técnico Andrade está seis distante do Internacional, atual quarto colocado e último integrante na zona de classificação para a Libertadores.
Já do outro lado, o Cruzeiro festeja a reação e se afasta cada vez mais da zona de rebaixamento. Agora sem perder há três jogos, com duas vitórias e um empate, a equipe vai aos 24 e assume a 13ª posição na tabela, apenas uma atrás dos times que se garantem na próxima edição da Copa Sul-Americana.
Com a bola rolando, o Flamengo foi superior no primeiro tempo e teve em Emerson a principal figura ofensiva. Coadjuvante de Adriano durante a maior parte do campeonato, o atacante parou na travessão na primeira boa chance, mas deixou a sua marca aos 32min da primeira etapa, aproveitando cruzamento de Jorbison que veio da esquerda e subindo mais que a zaga mineira para vencer o arqueiro Fábio.
No entanto, a empolgação dos rubro-negros se transformou em frustração em pouco tempo devido à reação celeste. Em lance polêmico que gerou a reclamação dos donos da casa, Diego Renan ganhou dividida com Everton Silva, invadiu a área e chutou rasteiro para superar o goleiro Bruno pela primeira vez na noite. Já aos 24min, o camisa um da Gávea saiu nos pés de Soares para impedir o avanço, mas não conseguiu parar um chute de Fabrício, de fora da área, que decretou a virada no placar.
Para a torcida presente no Maracanã, a bola era defensável, fato que iniciou os protestos toda vez em que Bruno participava de alguma jogada. Os gritos ofensivos ao goleiro marcaram o restante da partida, mesmo em momentos que o Flamengo tentava o empate. Além disto, o técnico Andrade sofreu com as contusões de Emerson, do zagueiro Fabrício e do isolamento de Adriano, que pouco acionado, pouco pôde fazer para mudar o resultado.