Homens armados mataram 38 pessoas , incluindo crianças, mulheres e soldados em um confronto entre tribos no Sudão nesta sexta-feira (28). Segundo a agência Reuters, membros armados da tribo Lou Nuer abriram fogo indiscriminadamente em uma vila no estado de Jonglei, enquanto tentavam roubar cabeças de gado dos residentes locais, pertencentes à tribo Dinka.
“38 pessoas morreram e 64 foram feridas”, disse o governador local Kuol Manyang neste sábado (29). Uma grande área do estado de Jonglei faz parte de um consórcio petrolífero liderado pela empresa francesa Total, mas a área permanece inexplorada devido às décadas de guerra.
A violência interna já matou mais de mil pessoas no Sudão em 2009, segundo autoridades da ONU. Apesar de o roubo de gado ser um crime comum durante a estação de seca no país, o número de mortes neste ano marca uma escalada de violência significativa desde o acordo de paz de 2005 que garantiu o fim da guerra entre as regiões norte e sul do país que durou 22 anos.
Manyang disse que a relação entre os diferentes grupos étnicos é boa, e que a maior parte das mortes recentes está relacionada a atividades criminosas, e não a conflitos étnicos. “Eles são criminosos. Parte do (motivo do ataque) foi para pilhar os bens de outras pessoas. Não há emprego. Os meios de sobrevivência estão difíceis”, disse.
Em torno de dois milhões de pessoas foram mortas durante a guerra entre o norte e o sul do país, que aconteceu à parte dos conflitos na região de Darfur, mas que também envolveu disputas a respeito de recursos naturais, ideologias políticas e problemas étnicos.