Ainda sem esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu no GP de Cingapura de 2008, a Renault confirmou as saídas do chefe da equipe, Flavio Briatore, e do engenheiro e estrategista Pat Symonds. O italiano teria planejado uma "marmelada" na etapa da temporada passada para favorecer o espanhol Fernando Alonso. Para isso, teria mandado Nelsinho Piquet bater seu carro para abandonar a corrida e, assim, fazer o safety car entrar na pista para que o bicampeão do mundo vencesse a prova.
A saída dos dois principais acusados por Nelsinho foi anunciada nesta quarta-feira, apenas cinco dias antes da reunião do Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em Paris, onde o caso será investigado a fundo.
Briatore, participante da campanha dos dois títulos de pilotos que a Renault conquistou na Fórmula 1 em 2005 e 2006, não chega a surpreender com a decisão. Na última segunda-feira, o ex-corredor e atualmente comentarista da rede BBC, Martin Brundle, já havia indicado que o dirigente pediria demissão antes mesmo do julgamento.
Symonds, por sua vez, era o chefe de engenharia da escuderia desde 2001, estando presente também, portanto, nos dois troféus de Fernando Alonso. Nesta terça, o jornal londrino The Times noticiou que o inglês havia sido convidado pela FIA a fazer, assim como Nelsinho Piquet, uma delação premiada, ganhando em troca imunidade na audiência. Ao que parece, acabou recusando a proposta.
O julgamento em Paris, aliás, já se torna um pouco frustrante para a entidade presidida por Max Mosley, visto que Briatore e Symonds eram os principais acusados pelo brasileiro. Até 21 de setembro, a Renault informou que "não realizará outros comentários".