O delegado federal Políbio Brandão, responsável pelo inquérito que apura a morte da alagoana Luciene Maria da Silva, ocorrida na Espanha em junho do ano passado, anunciou na tarde desta quinta-feira, 24, em coletiva à imprensa, que a exumação do corpo da brasileira foi realizada ontem por seis peritos, sendo três de Brasília e três de Maceió.
Logo depois da morte de Luciene, a família já contestava o resultado do laudo espanhol, que determinava como suicídio a causa da morte – versão confirmada também pelo dono da boate onde a alagoana trabalhava como dançarina – e solicitava que fosse realizada a exumação no corpo.
“A exumação era uma das formas mais eficazes para buscar um norte investigativo, já que a família não acredita que houve suicídio”, conta o delegado. Políbio explicou que, além da desconfiança da família, outro fator decisivo para que ele fizesse o pedido da exumação foi a inconsistência do laudo espanhol.
“O laudo da Espanha diz que a morte se deu por asfixia, mas não especifica que tipo de asfixia, que pode até ser por esganadura. É isso que os peritos estão buscando, saber se o laudo está correto. Mas, se houver indícios de autoria criminal, vamos provocar a Interpol para que sejam tomadas as medidas necessárias”, esclareceu.
Políbio Brandão disse que os peritos ficam em Alagoas até o próximo sábado, 26, e que o resultado da exumação deve ser divulgado em 60 dias. “Os peritos já adiantaram que o estado do corpo possibilita os estudos. Serão feitos vários exames em Brasília”, acrescentou.
Sobre a demora de mais de um ano para que o pedido de exumação fosse feito, o delegado disse que a autoridade que o precedeu no caso seguiu outra linha de investigação. “Quando assumi, minhas diligências apontaram para a necessidade da realização do exame cadavérico”.