O presidente da Câmara de Maceió, Dudu Holanda (PMN), usou a tribuna da sede improvisada – no auditório de uma faculdade particular, em Cruz das Almas – do Poder Legislativo municipal para cobrar um posicionamento da Justiça em relação aos deputados estaduais e federais de Alagoas que trocaram de partido recentemente visando ao “xadrez político” de 2010.
Dudu Holanda lembrou que eles não foram expulsos dos partidos e saíram porque quiseram, visando ao próximo pleito eleitoral. O pronunciamento de Dudu Holanda se deu em virtude dele já ter sido “vítima” da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta da fidelidade partidária. Em 2007, antes das eleições municipais, Holanda integrava o PP.
Ele deixou o partido e migrou para o PMN visando sua reeleição na Câmara Municipal em 2008, como ocorreu. No entanto, Dudu Holanda foi cassado nos últimos três meses de mandato da legislatura passada. “Isto representou um prejuízo em minha candidatura, pois foi a primeira vez que tive queda do número de votos. Ainda tive que conviver com os boatos de que eu não era mais candidato e consequentemenete tive que dobrar o trabalho da minha equipe e dos meus assessores”, colocou.
O presidente da Câmara Municipal relembrou “das dificuldades que enfrentou” por conta da decisão de ter mudado de partido diante da nova regra de infidelidade partidária. “Por isto que vou cobrar. Aqui na Câmara Municipal, eu e a vereadora Fátima Santiago fomos cassados na legislatura passada por conta disto. Agora, deputados estaduais e federais deixaram o partido sem justificativa e sem serem expulsos. Se não cassarem, eu vou ter que buscar os meus direitos. Eu estarei atento porque a regra é para todos. Tive o mandato cassado e sei o problema que é”, frisou ainda Dudu Holanda.
“Queremos que a resolução seja validade também para os deputados estaduais e federais que mudaram de partido”, destacou. O presidente lembrou que, em 2007, o seu irmão, o ex-deputado estadual Antônio Holanda Junior (PTdoB), foi cassado por compra de votos. De acordo com ele, “injustamente”. O vereador Galba Novaes (PRB) se solidarizou ao pronunciamento de Dudu Holanda, mas ao invés de cobrar a cassação dos “deputados infiéis”, ele preferiu criticar a resolução da Justiça.
“Concordo com a fidelidade partidária, mas não neste momento. As pessoas não votam em partidos, votam em pessoas. O mandato tem que pertencer ao partido, mas não neste momento quando não há maturidade para que se entenda o que é um conteúdo programático de partido. A grande maioria não sabe o que é o programa e vota na pessoa”, disse o vereador.
PEC
Novaes ainda aproveitou o aparte para dizer que “a aprovação da PEC em Brasília enganou 7 mil suplentes em todo o país”. “Como é que se muda agora a regra do jogo? Isto não existe. Seria ótimo que tivéssemos mais vereadores. A sociedade estaria melhor representada, mas não se pode mudar a regra agora. Pois, se fosse para ter 29 vereadores nesta atual legislatura, o PRB não teria cortado possíveis candidatos no pleito passado. Cortamos porque a regra era outra”, finalizou.