Entre uma tarefa e outra durante o expediente, não há quem resista a dar uma olhada em seu e-mail pessoal, trocar algumas mensagens instantâneas ou até mesmo pagar uma conta pendente. Os brasileiros gastam, em média, quase duas horas por semana (1,91) navegando em sites não relacionados ao trabalho durante o expediente, o equivalente a 23 minutos por dia, mostra estudo divulgado nesta terça-feira (06/10) pela Websense, empresa especializada em segurança na internet.
Muito ou pouco, o tempo gasto já foi maior. Em comparação a 2008, houve redução de 54,90%. No ano passado, os brasileiros passavam cerca de 51 minutos por dia navegando em sites de caráter pessoal, mais do que o dobro.
Realizada com 700 funcionários e gerentes de TI (Tecnologia da Informação) da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e América Central, a pesquisa mostra que o uso pessoal da internet no trabalho no Brasil ficou abaixo da média da América Latina neste ano, de 50 minutos por dia.
Na região, 39% de todos os funcionários entrevistados admitiram passar mais de 50 minutos acessando sites não relacionados ao emprego. Quase três quartos, 72%, dizem ter o hábito de visitar cinco ou mais sites de caráter pessoal.
Os campeões de audiência
Os sites mais acessados pelos brasileiros no trabalho são os de notícias, vistos por 96% dos usuários, seguidos pelos governamentais (74%) e os de finanças e internet banking (66%).
No ano passado, com 96%, os sites de bancos ocupavam a liderança. “Não é que os brasileiros estejam usando menos o internet banking, eles estão usando melhor e programando os pagamentos para débito automático”, afirma Fernando Fontão, gerente de engenharia de vendas para a América Latina da Websense.
No Brasil, ainda se destacam os acessos aos sites de meteorologia (56%) e serviços de mensagens instantânea (36%).
“As empresas já perceberam que liberar o acesso à internet traz tranqüilidade a seus funcionários e economia de tempo. Acho que estamos chegando a um ponto de equilíbrio entre os interesses das empresas e dos funcionários”, pondera Fontão.
Sem volta
Nada menos do que 74% dos funcionários brasileiros acreditam que seus empregos estariam arriscando caso sejam pegos acessando sites de jogos durante o trabalho. Para 90%, o vazamento de informações da empresa pela internet é a maior preocupação. Ser flagrado em sites de conteúdo pornográfico (86%) vem na sequência.
Em relação aos gestores de Tecnologia da Informação, a maior preocupação com segurança é o envio de informações do trabalho pelo e-mail pessoal dos funcionários, prática que 46% admitem adotar.
Os responsáveis pela área de TI têm de fato motivo para se preocupar: 72% dos funcionários reconhecem realizar alguma atividade que possa colocar em risco a empresa. A grande maioria das companhias da região, 83%, já tiveram seus computadores infectados por spywares (tipo de vírus que rouba informações). No Brasil, esse percentual pula para 94%.
A preocupação com a segurança na web tem crescido nas empresas latino-americanas. “Pode-se dizer que 99% das companhias já têm, no mínimo, algum tipo de software específico para tratar da segurança na internet. Um dos pontos de fragilidade hoje é o uso do iPod e dispositivos USB. Enquanto 19% dos gestores de TI se preocupavam com os aplicativos em 2008, este ano são 48%”, diz Fernando Fontão, da Websense.