O promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, integrante do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), responsável pela prisão dos integrantes da quadrilha de São Paulo que assaltava bancos em Alagoas e cujo integrante foi resgatado de dentro do Presídio Baldomero Cavalcanti, na tarde de ontem, disse em entrevista ao Alagoas24Horas que o grupo tem estreita ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo.
O promotor reiterou que as prisões de Marcos José Muniz, 36 anos, e Givanildo Rosa de Souza, 32, em setembro deste ano, foram efetuadas a partir de denúncias sólidas de que ambos integram uma quadrilha acusada de praticar assaltos a empresários do estado e que viriam a Alagoas a cada três meses para praticar os crimes. Os dois seriam ‘sócios’ no empreendimento criminoso e estariam diretamente ligados ao PCC, conforme investigação do Gecoc.
Apesar da confirmada a periculosidade da dupla, eles foram autuados por apenas dois crimes. Givanildo por porte ilegal de arma e Marcos por porte ilegal de arma e formação de quadrilha. Para o promotor, o fato é uma mostra da forma ‘inoperante’ com que o Estado trata o criminoso. “O fato de eles não terem sido autuados por outros crimes mais graves não quer dizer que eles não tenham cometido. O Estado é inoperante para alcançar os crimes”, criticou.
Para o promotor, muita coisa não está esclarecida em relação à atuação da dupla e sua ligação com a organização criminosa de São Paulo, por isso ainda não conseguiram responsabilizá-los. Para tentar corrigir a falha, Mendonça adianta que o Gecoc vai denunciá-los por formação de quadrilha, roubo qualificado e porte ilegal de armas de uso restrito.
Prisão
A Polícia Civil divulgou no início desta tarde que oito suspeitos de envolvimento no resgate de Givanildo foram presos por agentes da DEIC, numa pousada localizada no bairro de Cruz das Almas. Além deles, outras quatro pessoas, teriam sido detidas quando tentavam assaltar um taxista. A polícia acredita que eles tentavam sair de Maceió.
O delegado Paulo Cerqueira, que comanda pessoalmente a operação, seguiu para o interior de Pernambuco onde o grupo estaria se escondendo.
Ferido
Durante a troca de tiros entre a ‘equipe de resgate’ e os agentes penitenciários do Baldomero Cavalcanti, Marcos José Muniz – que foi preso na mesma operação do Gecoc – acabou sendo ferido com um tiro no abdome. Apenas Givanildo conseguiu fugir ileso com os comparsas.
Marcos foi conduzido ao Hospital Geral do Estado onde foi submetido à cirurgia para retirada da bala e seu estado de saúde é considerado estável. A assessoria de comunicação do HGE informou que o reeducando encontra-se no setor de recuperação, respira sem ajuda de aparelhos, mas não há previsão para receber alta.