Apontada como um dos maiores problemas sociais, a violência vem crescendo e intimidando os alagoanos. Hoje, a capital alagoana é ‘conhecida’ como a mais violenta para jovens e a situação tende a piorar em 2010 se o Governo de Alagoas resolver pôr em prática a proposta de diminuir o orçamento destinado à segurança pública em 8%.
Segundo o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), sargento Teobaldo de Almeida, o resultado disso é a defasagem de equipamentos essenciais para a atuação da polícia e corpo de bombeiro, a exemplo de armamento, viaturas e tecnologia. “A criminalidade cresce e a receita diminui, como será possível combater a violência sem investimentos”, questionou o líder militar.
Um relatório divulgado em São Paulo mostrou como está o combate à violência em todo o país. O documento indica que os números de crimes diminuíram exatamente em estados com maiores investimentos em segurança pública.
Em um anuário publicado este ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública para avaliar os índices de criminalidade e investimentos realizados pelos estados durante o ano foi constatado que os estados com investimento na área apresentaram redução na criminalidade. São Paulo, por exemplo, os números de homicídios dolosos saíram de 11,7 % em 2007 para 10,8 % em 2008. A queda nos índices se deu devido aos investimentos na área de segurança. Só em informações e inteligência São Paulo gastou 128.700.552,39.
Segundo o presidente da ASSMAL, vários fatores contribuíram para a diminuição de violência em São Paulo. Entre eles, investimentos em polícia, formação, inteligência e qualificação da ação da polícia. Além de um incremento das ações da sociedade civil, com projetos sociais, focados principalmente para o público jovem.
“As prefeituras também trabalham com ação preventiva, unindo-se ao estado e governo federal, conseguindo assim, resultados mais substanciais para a redução da criminalidade. Investir em segurança pública significa reduzir violência, mas não é só o dinheiro que traz a paz. A forma onde e como ele é empregado, o destino desses recursos deveria ser dirigido, necessariamente, à qualificação, formação, acompanhamento e controle das atividades policiais”, afirmou sargento Teobaldo.
Em Alagoas a situação é inversa. Os homicídios dolosos passaram de 1.806 para 2.070, sendo constatado um aumento de 66,2 % no mesmo período analisado pela ONG. Segundo o anuário, Alagoas se enquadra no grupo dos estados onde o homicídio doloso cresce acima de 10%. No gráfico nomeado “Gastos com políticas de segurança pública”, o estado pertence ao grupo dos que não se aplica informações e inteligência.
"É necessário que o governo invista na segurança pública, principalmente na área de inteligência e informação. Do contrário, a gente não consegue diminuir os altos índices de violência que enfrentamos hoje. Também não adianta trocar Secretario ou Comandante Geral, sem que haja os investimentos necessários, porque isso não resolve a falta de segurança”, disse sargento Teobaldo.
O presidente da ASSMAL ressaltou que investimentos relativos à inteligência e capacitação não são feitos, já que, os recursos são destinados exclusivamente a equipamentos e materiais.
“São importantes, mas não são os únicos. Só ter mais viatura e mais armas não vai resolver. A forma repressiva que a polícia atua tem que estar agregada a outros elementos. Principalmente a uma gestão mais moderna, com a participação da sociedade. Precisamos aproximar a população da polícia, usando ações de inteligência, através de uma polícia mais preventiva, não só repressiva. O governador tem que acordar e ver que segurança pública é prioridade. Desejamos que se aumente o orçamento da segurança pública em 10%. Com isso, vamos salvar muitas vidas”, finalizou o militar.