Como já era esperado, o deputado Antônio Albuquerque (PTdoB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) na sessão desta quarta-feira, 9, para tecer duras críticas às polícias Militar e Civil e até ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) em relação ao episódio envolvendo a prisão de seu filho, Nivaldo Albuquerque, 21, na sexta-feira passada, dia 4.
A prisão do jovem foi efetuada por policiais do Batalhão de Radiopatrulha durante uma abordagem de rotina no bairro do Farol. No Gol conduzido por Nivaldo, os policiais encontraram uma pistola calibre 380, 18 munições e um facão. O jovem foi conduzido para o 4º Distrito Policial.
Em um discurso emocional, Albuquerque comparou a prisão às ações da ditadura e acusou o Governo de perseguição: "Meu filho é um cidadão, como o governador não é”, disparou o parlamentar, lembrando que a imprensa comemora o aniversário da Operação Taturana, mas esquece que Téo Vilela foi indiciado na Operação Navalha.
O deputado voltou a dizer que a arma encontrada no veículo é registrada em seu nome e afirmou que os policiais que prenderam seu filho agiram com truculência e covardia. “Ele não foi detido, mas sequestrado”, denunciou, mostrando fotos de marcas das algemas nos pulsos do filho, e acrescentando que agora irá brigar na justiça para tirar a farda dos militares que atuaram na prisão.
Em apartes, prestaram solidariedade ao colega os deputados Edval Gaia, Arthur Lira, Gilvan Barros, Isnaldo Bulhões Júnior e Álvaro Guimarães.
Liberação
Na sexta-feira, 4, Nivaldo Albuquerque foi liberado após muito bate-boca e algumas horas de prisão. O deputado esteve na delegacia acompanhado de um advogado, familiares e correligionários políticos e pagou a fiança no valor de dois salários mínimos para liberar o filho. O coronel Ronaldo dos Santos, chefe do Gabinete Militar, esteve na delegacia representando o Governo.
Depois de ter dito à imprensa que o crime era inafiançável, o delegado do 4º DP, Robervaldo Davino, disse que o fato de a arma estar registrada no nome do deputao possibilitou a liberação.
Na segunda-feira, 7, o Ministério Público Estadual (MPE/AL) solicitou ao delegado geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, a abertura de investigação administrativa para apurar a atuação de Davino no caso. De acordo com o procurador geral Eduardo Tavares, a fiança não poderia ter sido arbitrada pelo delegado, somente por uma autoridade judicial.