Menino Sean embarca com o pai para os EUA

Reprodução/Globo NewsSean chegou ao consulado dos EUA abraçado com o padrasto

Sean chegou ao consulado dos EUA abraçado com o padrasto

O menino Sean Goldman, de 9 anos, embarcou com o pai biológico, o americano Dadid Goldman, para os Estados Unidos, por volta de 11h45 desta quinta-feira (24), no Aeroporto Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio. Eles viajam em voo fretado.

A avó brasileira, Silvana Bianchi, pediu para ir junto na aeronave, mas a solicitação foi negada pelo governo americano. O governo brasileiro concordou.

Os dois deixaram o consulado americano, no Centro do Rio, por volta de 9h50 desta quinta-feira. Saíram dois comboios do local e, segundo informações do governo dos EUA, eles estavam no segundo.

O menino chegou por volta de 8h30 com o padrasto, a avó materna e o advogado da família ao consulado para ser entregue ao pai biológico David Goldman, cumprindo ordem judicial.

Eles foram em três carros e pararam a cerca de 100 m do local, seguindo a pé. O menino entrou no consulado abraçado do padrasto. Houve muita confusão e o trânsito ficou complicado. Eles foram cercados pela imprensa, e a família teve dificuldades para entrar no local. Cerca de 30 seguranças tentaram fazer um cordão de isolamento para a passagem.

David Goldman chegou ao consulado antes das 8h em comboio da polícia. A segurança foi reforçada e foi montado um cordão de isolamento. Segundo a porta-voz da embaixada americana no Brasil, Orna Blum, o consulado está tomando todas as medidas para que essa transição seja a mais tranquila possível para o menino.

Decisão do STF
O presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador federal Paulo Espirito Santo, determinou, na quarta-feira (23), a entrega de Sean ao Consulado dos Estados Unidos até as 9h desta quinta.

A ordem atendeu à determinação do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que suspendeu liminar do próprio Supremo.

O advogado dos Bianchi, Sérgio Tostes, disse, que não vai recorrer da decisão do STF. Segundo ele, a família decidiu dar prioridade ao bem estar e a uma transição suave da guarda da criança.

David Goldman se disse feliz com a decisão do STF, que suspendeu na terça a liminar que garantia a permanência do garoto no Brasil. A informação é de seu advogado, Ricardo Zamariola. Em entrevista à rede de TV americana NBC, o americano declarou que o Brasil "terá um futuro melhor honrando o império da lei”.

Por outro lado, a avó brasileira, Silvana Bianchi, afirmou que a ordem judicial atende a interesse político e econômico. "Estou chocada, triste, decepcionada e envergonhada."

Na terça, ela havia divulgado carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo que o menino seja ouvido pela Justiça e reitera o desejo de que o neto permaneça no Brasil. "Tentar tirar uma criança de 9 anos do convívio da família com a qual vive há 5 anos ininterruptamente e especialmente de perto de sua irmã, Chiara, de 1 ano e 3 meses, que tem em Sean seu grande amparo, justamente na véspera do Natal, representa uma desumanidade", diz Silvana.

A guarda do menino era disputada pelo pai e pela família de sua mãe, a brasileira Bruna Bianchi, que morreu em 2008 durante o parto de sua filha com o advogado João Paulo Lins e Silva. Sean mora no país há quase 5 anos, quando veio dos EUA com a mãe.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário