O médico Roger Abdelmassih deixou às 11h55 desta quinta-feira (24) o 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na Zona Norte de São Paulo, onde estava preso. Abdelmassih foi solto após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ter concedido nesta quarta-feira (23) habeas corpus revogando a prisão preventiva do médico, que é acusado de 56 crimes sexuais. Preso desde agosto, ele deixou a delegacia sem falar com a imprensa.
Pouco antes de sair do local, o advogado de Abdelmassih contou que seu cliente dormiu pouco à noite e estava ansioso para deixar a delegacia, onde dividiu a cela “com outros três ou quatro presos”.
“Os planos agora são voltar para a família e cuidar da defesa”, disse José Luis Oliveira Lima, afirmando categoricamente que Abdelmassih não falaria com a imprensa. De acordo com ele, o médico, especialista em reprodução humana, pretende passar o Natal e o fim do ano com seus familiares.
Questionado se Abdelmassih pensa neste momento em retomar o registro profissional, cassado pelo Conselho Regional de Medicina, Lima respondeu: “A conversa hoje é emocional. Ele é um homem desgastado, fragilizado”.
Liberdade
Os advogados de Abdelmassih alegaram à Justiça que não há indícios concretos de que a liberdade dele seja uma ameaça à ordem pública. Segundo a defesa, o médico é réu primário, tem bons antecedentes e residência fixa, além de ser um profissional renomado e de reputação ilibada.
O advogado do médico disse que o objetivo é que ele responda ao processo em liberdade. Ele diz que o cliente se emocionou ao saber da decisão, por volta das 21h. Abdelmassih irá passar o Natal e o Ano Novo em casa com a família.
Apesar de responder a 56 acusações de crimes sexuais, a delegada titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Celi Paulino Carlota, disse que 65 mulheres procuraram a Polícia Civil afirmando terem sido vítimas de Roger Abdelmassih. Segundo a delegada, após a prisão de Abdelmassih, mais quatro mulheres procuraram a polícia afirmando terem sido vítimas do médico. O advogado José Luís de Oliveira Lima nega todas as acusações contra o médico.
O médico também é investigado por suposta manipulação genética. Ele foi indiciado em junho pela Polícia Civil, sob suspeita de estupro e atentado violento ao pudor. O Cremesp abriu 51 processos ético-profissionais contra o profissional.
Roger Abdelmassih teve o registro da profissão suspenso por tempo indeterminado em setembro. A medida foi tomada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) após reunião com os integrantes do órgão. O Cremesp abriu 51 processos ético-profissionais contra o profissional.