O excesso de energéticos e refrigerantes à base de ‘cola’ pode reduzir as chances de gravidez em 27%. Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de Nevada (Estados Unidos) comprova que a cafeína presente nessas bebidas interfere tanto na fertilidade masculina quanto na feminina. Apesar de não ser considerado conclusivo, já que há muitas pesquisas nesse campo sendo realizadas, os pesquisadores recomendam suspender o consumo de bebidas à base de cafeína – ainda mais quando ela é combinada com outras substâncias também nocivas à saúde – quando se está enfrentando dificuldade para ter um bebê.
De acordo com Edson Borges, sócio-fundador e diretor científico do Fertility Medical Group, há trabalhos científicos muito sérios comprovando que a contagem de espermatozoides é mais baixa quando o paciente ingere quatro copos ou mais (acima de um litro) de refrigerantes tipo cola por dia e/ou energéticos. “No caso das bebidas à base de cola, tão populares desde a infância até a idade adulta, não se trata apenas da quantidade de cafeína presente em sua composição, mas da combinação com outros componentes, como açúcar (ou adoçantes artificiais), sódio, corantes, acidulantes e conservantes, entre outros. Além de uma contagem menor de espermatozoides, eles terão sua qualidade comprometida”.
Borges também chama atenção para um fator comportamental bastante relevante. “Normalmente, quem é ‘viciado’ em refrigerantes à base de cola não se preocupa muito em adotar uma alimentação balanceada, ingerindo grandes porções de frutas e legumes diariamente. Ao contrário, sabemos que ao lado do refrigerante quase sempre tem uma refeição altamente calórica, rica em carne vermelha, carboidratos e gordura saturada. Esse conjunto é um ‘cartão vermelho’ para quem quer ter uma gravidez saudável – não só para quem está em tratamento de fertilização assistida, como para casais de todas as idades”.
O médico chama atenção que as bebidas à base de cola têm também grandes quantidades de glucose e frutose – que pode causar danos ao metabolismo. Adoçados com esses xaropes, os refrigerantes são realmente baratos em sua produção. Ao prover pouca saciedade, o consumo dessas bebidas é um risco para os índices glicêmicos, já que a pessoa não sente que deve parar. Quanto ao fósforo presente na formulação, ele é responsável por intervenções psicológicas bem significativas. Já com relação à cafeína – presente de forma ainda mais nociva nas bebidas energéticas ingeridas nas academias, depois da prática de esportes, e também nas baladas noturnas – ela pode resultar em problemas relacionados à menstruação e à ovulação feminina.
“Como vasoconstritor, a cafeína está relacionada a fluxos menstruais mais curtos, podendo de fato interferir no bom funcionamento do útero e nos hormônios sexuais. Sendo assim, a ingestão de bebidas cafeinadas costuma ser associada a riscos elevados de desordem ovulatória e infertilidade. Não bastasse essa contraindicação, pacientes em tratamento de fertilização assistida estão mais sujeitas ao abortamento quando ingerem altas concentrações de cafeína durante a gravidez, seja ingerindo refrigerantes, energéticos ou até mesmo determinados tipos de chá e café. Sendo assim, a paciente deve receber orientação e acompanhamento nutricional adequado para que sua alimentação seja mais um fator a contribuir positivamente com a tão desejada concepção, não o contrário”, afirma Borges.