O doping de Anderson Silva chocou o mundo das lutas na noite desta terça-feira. O ex-campeão dos médios, foi flagrado em exame realizado no dia 9 de janeiro, quase um mês antes da luta contra o americano Nick Diaz. No organismo de Anderson, foi encontrada a substância Drostanolona, esteroide anabolizante injetável e geralmente usado por fisiculturistas.
Popularmente conhecida como Masteron, o propianato de Drostanolona é uma substância androgênica, que aumenta os níveis de testosterona sem elevar o estrogênio. O efeito é uma rigidez muscular típica dos fisiculturistas. Geralmente, a substância tem que ser aplicada com três ou quatro semanas de antecedência à luta e funciona com mais eficiência quando associada a outros esteroides.
“É um substância não utilizada na prática médica, que melhora a composição corporal. Aumenta a massa magra e diminui a massa gorda, efeitos que os atletas buscam muito”, explica a endocrinologista Elaine Maria Frade Costa.
Segundo a médica, o uso da Drostanolona é visto como vantajosa por não gerar alguns efeitos colaterais. “Não acumula estrógeno e não causa ginecomastia nos homens (crescimentos das mamas). A vantagem nisso tudo é conseguir os ganhos sem o efeito colateral”.
No entanto, Elaine alerta que o uso abusivo da substância pode causar até a infertilidade. “O estrógeno no organismo masculino tem influência na produção de hormônios que produzem o testículo. O acúmulo pode bloquear e causa infertilidade”, concluiu Elaine.
Além do Drostanolona, também foi encontrada a androsterona no organismo do lutador brasileiro. A substância é um derivado da testosterona, hormônio masculino e tem fraca atividade androgênica. Os dois esteroides são passíveis de punição dentro ou fora do período de competição e Anderson Silva deve receber gancho do UFC.
O brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas o médico do UFC, Márcio Tannure, disse que conversou com o ex-campeão dos médios. Segundo ele, Anderson está "desapontado", mas nega o uso dos esteroides.