O diretor técnico da comissão atlética de MMA no Brasil, Márcio Tannure, conversou com Anderson Silva depois que o atleta foi pego em um exame antidoping, divulgado na noite desta terça-feira. Tannure, que também trabalha como médico pessoal do ex-campeão dos médios, afirmou que Anderson está chateado, mas que acredita em um erro do laboratório que colheu os exames. "Anderson me disse que está bem desapontado e chateado, pois diz que não fez o uso dos esteróides. Ele vai pedir a contraprova e acredita que só pode ter sido uma contaminação ou erro do laboratório. Ele completou dizendo que tem um histórico exemplar na carreira e não iria querer sujar sua imagem", disse Tanure, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O brasileiro foi flagrado pelo uso dos anabolizantes drostanolona e androsterona, em exame realizado pela Comissão Atlética de Nevada (NSAC) no início de janeiro. Tannure ainda declarou que houve demora para a divulgação do resultado, que saiu após quase 30 dias. De acordo com ele, o anúncio da análise deveria ter ocorrido antes da luta, o que motiva Anderson a solicitar a contraprova. "Não é o normal demorar tantos dias para que se divulgue um resultado, que demora em média de dez a 15 dias. Mas não significa o que pode acontecer. É mais um motivo para que a gente espere todos os procedimentos e contraprovas."
Diaz – Apesar de o adversário de Anderson no UFC 183, Nick Diaz, também ter sido flagrado pelo uso de maconha, seu técnico, o brasileiro Cesar Gracie, quer que o resultado da luta seja modificado, com vitória para o americano. Para Gracie, apenas o brasileiro se beneficiou do uso de uma substância proibida. "Na minha opinião é necessário que o resultado seja mudado, porque o cara usou drogas que o favoreceram na luta. Silva está com a idade mais avançada, mas se você precisa de anabolizante para lutar, então você não deve lutar", declarou Gracie, em entrevista ao site americano TMZ.
Gracie saiu em defesa de seu lutador e avisou que a substância encontrada no norte-americano não faria o mesmo efeito que as usadas pelo brasileiro. "Qualquer um que tenha um pouco de cérebro sabe que maconha não aumenta a performance."
Silva e Diaz serão julgados pela Comissão Atlética de Nevada, nos Estados Unidos, no dia 17 de fevereiro. Por fim, Tannure lembrou que tipo de punição poderá ser imposta caso os novos resultados comprovem o doping de Silva. "Normalmente este tipo de doping num réu primário, caso do Anderson, resulta numa pena em torno de 9 meses."