Uma bola na trave, uma assistência, mais de 140 passes certos e quatro desarmes… Estas são apenas algumas das estatísticas do vaiado e "perseguido" Maicon nos dois jogos oficiais do São Paulo em 2015, ambos pelo Campeonato Paulista. Números que tornam ainda mais difícil entender a irritação de parte da torcida tricolor com o meio-campista na vitória por 4 a 2 sobre o Capivariano, nessa quarta-feira, a não ser que o motivo seja antigo.
O volante que também atua como meia está longe de protagonizar lances plasticamente bonitos, de efeito, tampouco é o principal armador da equipe ou um fazedor de gols, como o próprio admite, aliás, mas, no geral, tem sido importante para o grupo e tem a confiança de Muricy Ramalho.
Não à toa, ao não poder contar com o titular Souza, que se recupera de pancada na canela direita sofrida no amistoso contra o Flamengo, o técnico escalou Maicon como titular e não o tirou de campo contra Penapolense e Capivariano. E ele foi bem.
Na estreia, tentou 48 passes e acertou 43, segundo a Footstats, já contando aqueles de lado que muitas vezes irritam a torcida, mas que agradam ao comandante e servem para a manutenção da posse de bola. Mais: se quase nada apareceu no ataque naquela partida, ao menos não foi desarmado em nenhuma oportunidade.
Contra o Capivariano, jogo no qual foi vaiado, perseguido até, e saiu desabafando, Maicon fez excelente partida. Mesmo sendo o segundo homem de meio-campo, ele finalizou duas vezes a gol, ambas com o placar ainda em 0 a 0 e com muito perigo: na primeira, cabeçada na trave; na segunda, arrematou após tabela com Ganso e obrigou o goleiro Douglas a se esticar todo e fazer excelente defesa.
Depois, foi ele o responsável pelo passe que desnorteou a zaga do Capivariano e deixou Michel Bastos à vontade para cruzar e ver Alexandre Pato apenas empurrar para as redes e fazer 1 a 0; minutos mais tarde, o camisa 18 foi acionado por Ganso e, desta vez, foi o dono da assistência para mais um gol de Pato, que de novo só tocou para o fundo do gol.