Desinformação, tumulto e falta de vacinas no 1º Centro de Saúde

Sionelly Leite/Alagoas24horasEdvânia de Oliveira, enfermeira-chefe do 1º Centro, lamenta falta de informação

Edvânia de Oliveira, enfermeira-chefe do 1º Centro, lamenta falta de informação

Apesar do Governo do Estado, por meio da Secretaria Executiva de Saúde, garantir por meio de sua assessoria que a partir de hoje voltaria a disponibilizar, em doses suficientes, vacinas contra a febre amarela no 1º e 2º Centro de Saúde, a desinformação e a quantidade insuficientes de doses provocou confusão no 1º Centro, localizado na Praça das Graças, no bairro da Levada.

Dezenas de pessoas estão na fila desde as primeiras horas da manhã em busca da dose que imuniza as pessoas contra a doença, que já provocou cinco mortes no País. Mesmo as autoridades negando a existência de surto da doença, a população, alarmada, corre aos postos de saúde em busca da vacina – um direito constitucional – mesmo Alagoas não integrando a área classificada como endêmica.

Devido à falta de informações sobre a doença, pessoas que em tese não correriam nenhum risco engrossam a fila dos insatisfeitos. Um senhor foi ao posto para receber a vacina pois estava de viagem marcada para União dos Palmares, no interior de Alagoas, onde segundo ele é ‘região de muita mata’.

Apesar da desinformação, algumas situações são bastante pertinentes, como da senhora Josefa Soares, de 59 anos, que seguirá com a família para o Estado do Paraná, onde o Ministério da Saúde confirmou uma morte nesta terça-feira. 15.

Segundo a enfermeira-chefe do 1º Centro de Saúde, Edvânia de Oliveira, os funcionários foram orientados, pela Secretaria de Saúde, a só vacinar as pessoas que possam, efetivamente, comprovar que irão viajar para as áreas de riscos. Os interessados devem apresentar passagens aéreas ou de ônibus e no caso daqueles que forem à casa de parentes apresentar um endereço.

O ‘racionamento’, não admitido pelo Governo, se dá porque a cota à qual o Estado teria direito já foi utilizada. “Recebemos 250 doses aqui no 1º Centro e mais 250 foram encaminhadas para o 2º Centro, o que garantiria a imunização de quem efetivamente irá viajar”, disse a enfermeira.

Neste momento, os seguranças do posto de saúde já controlaram o princípio de tumulto registrado no começo da manhã, quando foram registrados alguns empurrões e ameaças aos funcionários do posto. “Falta, sobretudo, informação”, avalia a enfermeira.

Sobre a doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores (hemagogos/silvestre e Aedes aegypti/urbano), com elevado potencial de disseminação. Tem como agente etiológico um arbovírus.

O homem é o único hospedeiro importante para a febre amarela urbana. Na febre amarela silvestre os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros do vírus. A transmissão ocorre através da picada dos mosquitos transmissores infectados. O período de incubação da doença vai de três a seis dias após a picada do mosquito infectado.

Os sintomas da febre amarela são: insuficiência hepática e renal, quando da instalação de um quadro toxêmico (febre, diarréia, vômito com aspecto de borra de café, icterícia, oligúria, anúria, albuminúria e manifestações hemorrágicas como gengivorragia, epistaxe, otorragias, hematêmese, melena, hematúria e sangramentos em locais de punção venosa). Também são manifestações clínicas da doença, prostração, obnubilação mental e torpor, em muitos casos evolui para óbito em torno de 7 dias.

Não existe tratamento específico para a febre amarela. Requer hospitalização com repouso, reposição de líquidos e das perdas sanguíneas. Em situação de gravidade o paciente deve ir para UTI.O HDT é o hospital de referência no Estado. Como medida de controle, estando em área urbana infestada por Aedes Aegypti, o quarto do paciente deve ser telado e utilizar mosquiteiro. Deve-se realizar um bloqueio vacinal nas áreas onde o paciente esteve no período de viremia e avaliar a cobertura vacinal para saber a extensão inicial e seletividade do bloqueio.

Fonte: Com Ascom Sesau

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