A prefeitura de Itabela (a 671 km de Salvador), na Bahia, realizou um concurso em setembro de 2007 para admissão de funcionários que foi cancelado devido a fraudes através das quais até um analfabeto foi aprovado. "Foi Deus que quis assim", afirmou o rapaz, orgulhando-se da suposta sorte.
De acordo com a Agência Estado, a prefeitura teve de anular o contrato com a Méritum Consultoria e Assessoria Ltda., responsável pela organização do concurso. Um termo de ajustamento de conduta (TAC) foi firmado na última quinta-feira pelo promotor de Justiça Bruno Gontijo com o prefeito de Itabela, Jr. Dapé, que assumiu a obrigação de rescindir o contrato e realizar novo concurso.
De acordo com o promotor, a fraude era realizada da seguinte forma: o candidato, após fazer a prova, entregava a folha de resposta oficial à Méritum Consultoria. Na sede da empresa, em Itabuna, numa folha de respostas em branco, funcionários da Méritum, suspostamente a pedido de pessoas ligadas ao Executivo de Itabela, marcavam as alternativas corretas e falsificavam a assinatura da pessoa beneficiada fazendo com que o candidato reprovado fosse aprovado ou que o aprovado tivesse um aumento de nota final.
O analfabeto assinou com a impressão digital, mas no gabarito enviado pela empresa há uma assinatura dele por extenso. O Ministério Público pretende processar criminalmentepor falsidade material, estelionato e formação de quadrilha os responsáveis pela falsificação tanto na Méritum como no Executivo.O edital de seleção do novo concurso será publicado até o dia 15 de maio.
O DIA/RJ
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