A greve nacional dos funcionários dos Correios entra no segundo dia nesta quarta-feira (2). Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) estão no Senado para tentar discutir a proposta do governo de prorrogar por 90 dias o pagamento de um abono emergencial de 30% sobre o salário. A idéia é de que, nesse período, seja negociada uma proposta mais ampla em torno das reivindicações dos grevistas.
"Já conversamos com o governo, mas ainda não registramos isso. Vamos colocar o plano no papel e, depois, discutir em assembléias em todo o país", diz o secretário-geral da entidade, Manoel Cantoara.
O abono de 30% vem sendo pago desde dezembro passado em substituição ao adicional de periculosidade, criado por projeto de lei, mas vetado em seguida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A greve foi deflagrada porque o pagamento do abono foi suspenso no mês de março. Pela proposta do governo, o abono de março será pago até sexta-feira (28).
Braços cruzados
Os Correios vão avaliar as condições de trabalho para determinar se serviços como Sedex 10, Sedex Hora e Disque Coleta, que foram suspensos nesta terça-feira, 1º, por causa da greve, serão retomados ao longo do dia. Se poucos funcionários voltarem ao trabalho, as entregas rápidas devem permanecer paradas.
Segundo Cantoara, trabalhadores de 23 estados e do Distrito Federal estão com os braços cruzados, o que totaliza cerca de 60 mil pessoas. Os Correios contestam a informação. A assessoria informa que, na terça-feira, cerca de 18 mil funcionários aderiram à paralisação.