O governador Teotonio Vilela, disse através de sua assessoria de comunicação que o diálogo publicado na revista Isto É, entre ele e o deputado Antônio Albuquerque, é “totalmente inverídico e fantasioso”.
Segundo o governador, as suas conversas com o parlamentar sempre foram respeitosas, próprias de amigos e de quem em 2006 dividiu as dificuldades da campanha eleitoral ao governo de Alagoas.
Teotonio acrescentou ainda que nunca teve com o deputado qualquer problema de ordem pessoal e que continua a manter com Albuquerque uma relação fraterna.
Acompanhe a entrevista com o governador publicada pela revista Isto É.
“ISTOÉ – O sr. já recebeu o presidente afastado da Assembléia Legislativa, Antônio Albuquerque, na sua residência?
Teotônio Vilela – Já, várias vezes, e já fui à residência dele. Ele é meu amigo.
ISTOÉ – Numa das conversas, ele disse que estava pensando em suicídio e levaria pelo menos quatro com ele?
Vilela – Quem te disse isso? Ele não falou.
ISTOÉ – Ele não falou mesmo, governador? O sr. tem certeza?
Vilela – Acho que não. Eu não me lembro de ele ter falado isso. Ele esteve na minha casa umas vezes. Eu fui algumas vezes na casa dele. São conversas longas. O Antônio é muito prolixo. Conversamos muito sobre vários temas. Eu não tenho, precisamente, cada ponto abordado. Eu lembro que ele estava abatido, se sentindo injustiçado. Esse tipo de coisa.
ISTOÉ – O sr. teme pela sua vida?
Vilela – É… Eu me lembro agora de uma frase do meu pai, o velho Teotônio Vilela. Quando alguém colocava: “Mas isso não é perigoso? Aquilo não é perigoso?” Ele respondia: “Viver é perigoso.”
ISTOÉ – O sr. está tendo cuidado com a sua segurança?
Vilela – Hoje uso a segurança de governador. Nunca usei uma arma. Quando eu era senador não precisava de segurança.
ISTOÉ – Vendo o escândalo em que nove parlamentares foram afastados, como o sr. avalia essa operação da Polícia Federal? E a participação do deputado Antônio Albuquerque, apontado como líder do esquema?
Vilela – Eu prefiro aguardar o resultado das investigações. Como governador, sou o líder de um poder. Ele, até há pouco tempo, presidia outro poder. Existe uma relação de amizade. Ele me apoiou desde o início da campanha. Eu não vou prejulgá-lo. Eu prefiro aguardar o resultado das investigações e o pronunciamento da Justiça para poder me pronunciar.
ISTOÉ – Alagoas é um Estado violento?
Vilela – Não é. Alagoas tem esse estigma. Mas também se fala que isso é da cultura de Alagoas. Cultura existe quando há impunidade. Duvido que, na hora que começarem a prender quem mata e quem manda matar, essa cultura não desapareça. A cultura vem da impunidade. E isso nós não admitiremos mais."