Para detectar precocemente os sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil, uma ação conjunta de diversas instituições de saúde do Estado de Alagoas, será iniciada em abril, com a capacitação, por três meses, de 835 pessoas, entre médicos, enfermeiros, odontólogos e agentes comunitários ligados ao Programa Saúde da Família (PSF). A proposta pretende reduzir o tempo entre o início dos sintomas e o tratamento do câncer, otimizando a cura e a qualidade de vida.
O Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil será desenvolvido no município de Arapiraca, interior do Estado de Alagoas, onde existe uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que se propõe a oferecer apoio para as ações no município. Arapiraca, dentre os demais municípios alagoanos, é que mais registra novos casos de câncer entre a população, especialmente entre moradores da zona rural, incluindo crianças e adolescentes, pela exposição a adubos e defensivos agrícolas químicos utilizados para controle de pestes nas lavouras.
“A exposição a agentes químicos pode comprometer a saúde humana, incluindo a ocorrência de câncer”, indica Roberta Fernandes Marinho, psicóloga e coordenadora do programa em Alagoas. “O câncer infanto-juvenil tem diagnóstico-precoce, e não existem ações diretas que possam evitar a ocorrência”, explica ela, que, ainda assim, acredita poder oferecer alguma prevenção por meio da informação sobre os cuidados com o ambiente. “Arapiraca é um pólo agrícola e de convergência de vários municípios”, aponta, ao explicar a estratégia para a escolha do município.
A proposta é uma ação da Associação dos Pais e Amigos dos Leucêmicos de Alagoas (Apala) e da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e foi um dos cinco programas contemplados no Brasil pelo Instituto Ronald McDonald com R$ 60 mil como financiamento parcial. O programa também conta com apoio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e busca outras parcerias para viabilizar os trabalhos de educação ambiental.
