Policial paranaense (à esq.) com pistola nova calibre .40 e com antigo revólver calibre 38 (à dir.)
O último levantamento do Ministério da Justiça, feito em 2006, revela que a Polícia Militar, em média, tem 0,9 arma por profissional no país. O quadro nacional da Polícia Civil é um pouco melhor: 1,14 arma para cada policial. São Paulo foi o único estado que não enviou informações ao ministério para o levantamento.
Segundo o Ministério da Justiça, 25 estados brasileiros e o Distrito Federal receberam um comunicado informando que o estado do Paraná está oferecendo 6,5 mil revólveres calibre 38 para sanar o déficit de armas letais em outros estados. No Paraná, essas armas estão sendo substituídas por pistolas calibre .40.
De acordo com o levantamento de 2006, em Alagoas, o efetivo de policiais civis é de 2.129 pessoas para 1.258 armas. O déficit de armamento é de 871, segundo informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Quanto ao efetivo da Polícia Militar, são 6.136 armas para 7.384 policiais. O déficit é de 1.248 armas.
Pelo relatório, a demanda de Alagoas para suprir os policiais civis e miltares é de 2.119 armas no estado.
Ainda de acordo com documento, o Amazonas tem 1.887 policiais civis para 1.408 armas, ou seja, o estado tem 479 pessoas que trabalham na corporação sem armas letais. O Ministério da Justiça informou que o Amazonas não entregou os dados sobre a Polícia Militar para a pesquisa de 2006.
O Paraná tem 4.351 policiais civis para 6.136 armas. Os 17.666 policiais militares do estado têm 21.118 armas para trabalhar.
Interesse
Segundo a Senasp, apenas as secretarias de Segurança Pública do Amazonas e de Alagoas responderam ter interesse na doação do estado do Paraná. O Ministério da Justiça informou que, caso outros estados resolvam ainda que desejam receber os revólveres calibre 38, as doações serão feitas de forma proporcional e não de acordo com a necessidade de cada estado.
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, anunciou a medida em 14 de abril. Ele disse que a doação vai seguir todos os trâmites burocráticos necessários. "São armas que não são mais utilizadas, consideradas para descarte. Ou nós as encaminhamos ao Exército, para que sejam destruídas, ou fazemos o repasse para alguma força policial que precise".
Os menos armados
O levantamento do Ministério da Justiça indica ainda que o estado que tem o menor número de armas por policial, seja ele militar ou civil, é o Amapá. As duas corporações têm o equivalente a dois policiais para cada arma. São 1.006 policiais civis para 387 armas, o que dá 0,438 arma para cada um. A Polícia Militar do estado tem 2.949 homens e 1.426 armas, sobrando 0,571 arma por policial.
Quando se fala em Polícia Civil, Roraima surge com o menor número de arma para cada policial. Com efetivo de 995 homens, o estado oferece apenas 341 armas, o que soma 0,39 armas para cada um.
Sobre o efetivo da Polícia Militar, Piauí e Bahia são os estados com menos armas para cada policial, com índices de 0,42 e 0,572 arma para cada homem, respectivamente. Piauí tem 6.048 policiais para 2.153 armas. A Bahia tem 28.481 homens para 13.797 armas.
Os mais armados
O estado com melhor equilíbrio na pesquisa do Ministério da Justiça é Mato Grosso. São 2.043 policiais civis para 3.332 armas e 6.566 policiais militares para 10.235 armas.
A Polícia Civil do Ceará tem 2.172 homens para 3.594 armas. O Rio Grande do Sul tem 15.179 armas para 6.649 policiais civis. O estado gaúcho oferece 23.977 armas para 23.122 policiais militares.
Em Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar tem 10.515 armas letais para um efetivo de 5.291 homens.
