Crianças com lábio leporino terão cirurgias

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No ato do nascimento, muitos pais se confrontam com uma realidade não esperada. Apesar de o diagnóstico poder ser dado ainda no útero, o choque nunca é evitado quando percebem que o bebê possui lábio leporino. Esta abertura na região do lábio ou palato do recém-nascido é ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação.

O único tratamento é através de procedimento cirúrgico, e ele deve ser feito logo no terceiro mês de vida. Mas a falta de informação faz com que muitas crianças cresçam sem a cirurgia, o que prejudica não somente a saúde, mas também, a auto-estima.

Engajados em melhorar a qualidade de vida de pessoas que possuam este problema, o Hospital do Açúcar criou o Projeto Sorrir em parceria com a ONG internacional The Smile Train, que atua desde 2000, em 71 países, fazendo gratuitamente esta cirurgia. Além de dar apoio científico, a ong contribuirá com serviços complementares ao tratamento, como serviço de fonoaudiólogo e dentista. "Até então, por desinformação, muitas pessoas iam a Recife em busca do tratamento", afirma o cirurgião plástico Lourival César, responsável pelo projeto. "Agora, estamos muito felizes por poder este serviço a custo zero em Alagoas."

Lábio Leporino

É uma abertura na região do lábio e/ou palato do recém-nascido ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação.

Elas podem ser unilaterais ou bilaterais. Nos casos mais graves, essa abertura se estende até a garganta, deixando um buraco no céu da boca, com ligação para a parte interna do nariz. É a chamada fissura palatal. Muitas crianças têm os dois problemas.

Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos. Uso de álcool ou cigarros, a realização de raios X na região abdominal, a ingestão de medicamentos, como anti-convulsivantes ou corticóide, durante o primeiro trimestre gestacional, deficiência nutricional, além da hereditariedade e da poluição.

Esta deformidade congênita é bastante freqüente, e requer acompanhamento multidisciplinar até a adolescência. A incidência é de um caso a cada 650 nascidos vivos, fazendo até seis mil novos pacientes ao ano somente no Brasil.
O diagnóstico pode ocorrer ainda durante a gestação, mas a primeira cirurgia para correção só pode ocorrer por volta do terceiro mês de vida. O palato só é fechado cirurgicamente quando a criança atinge cerca de um ano ou ano e meio de idade.

Uma pesquisa realizada pela fonoaudiologia da Unifesp constatou um mito: os pais de crianças com lábio leporino acreditam que apenas uma cirurgia resolve o problema de seus filhos. Mas, na verdade as crianças devem passar por várias cirurgias, inclusive tratamento para a correção dos dentes. Elas também devem ser acompanhadas por fonoaudiólogo antes e após as cirurgias
Quando um bebê nasce com a abertura no céu da boca, os pais devem ser orientados sobre a melhor forma de amamentar e alimentar a criança. Deve-se alimentar a criança na posição vertical, para evitar que líquido e comida passem para a cavidade nasal.

Como seqüela dessa má alimentação podem vir infecções no ouvido, fazendo com que a criança tenha que utilizar um tubo para ventilação dentro do ouvido. A musculatura da região está inserida de forma diferente. Com isso, a ventilação do ouvido fica prejudicada, o que pode causar dores e inflamações no ouvido da criança.

As operações devem ser feitas em épocas certas: aos 3 meses, aos 15, aos 18 e aos 32 meses. A demora na realização da cirurgia dá origem a um círculo vicioso. A criança não pode ser operada por estar desnutrida, devido à dificuldade de ingerir alimentos, e ela não consegue se alimentar direito, porque o problema não foi sanado.

A falta de informação faz com que muitos pais acreditem que o filho nasceu com essa fissura devido a algumas superstições como ter colocado uma chave no bolso ou no sutiã durante a gravidez.

Fonte: Assessoria

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