Rio – TPM. A sigla temida pelas mulheres quer dizer ‘tensão pré-menstrual’, mas, a julgar pelos mais de 150 sintomas que provoca no organismo feminino, bem que poderia significar ‘tenha pena de mim’. A síndrome que, como o próprio nome diz, antecede a menstruação e só vai embora com a chegada do fluxo menstrual é capaz de provocar desde sintomas mais corriqueiros, como cansaço, tristeza e irritação, até outros mais inusitados, como insônia, esquecimento e até, quem diria, taquicardia.
Por essas e outras, um dos maiores sonhos de consumo de dez entre cada dez mulheres em idade reprodutiva é a pílula antiTPM. Alguns laboratórios já oferecem alternativas de remédios que prometem resolver de uma só vez todos os sintomas da síndrome. Ou quase todos. A mais recente novidade do mercado atende pelo nome de Yaz, uma pílula anticoncepcional da Bayer Schering que trata até mesmo os sintomas mais severos da TPM. Poucas mulheres sabem, mas a Síndrome Disfórica Pré-Menstrual (SDPM) atinge cerca de 10% delas.
Segundo especialistas, os sintomas da SDPM são tão graves que chegam a prejudicar as atividades diárias e a reduzir a produtividade profissional da mulher. “O Yaz é inovador porque tem efeito agregador. Além de funcionar como pílula anticoncepcional de alta eficácia e baixa dosagem hormonal, ainda funciona como diurético, antidepressivo e antiinflamatório. Ou seja, são vários remédios em um só”, afirma a ginecologista Célia Regina da Silva, coordenadora do Programa de Planejamento Familiar da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O arsenal antiTPM inclui também uma opção para quem deseja reduzir os sintomas da síndrome, mas alimenta o sonho de ser mãe. Produzido pela Medley, o Dieloft TPM promete equilibrar os níveis de serotonina no período pré-menstrual. Especialistas explicam que o turbilhão emocional chamado TPM é provocado por desequilíbrios hormonais. “Nos primeiros três dias, podem ocorrer náuseas, dor no estômago e cólica. Mas, com o uso contínuo, estes sintomas tendem a desaparecer”, tranqüiliza a ginecologista e terapeuta sexual Franciele Minotto, da Universidade de São Paulo.
GOLES DE CHÁ CONTRA A TENSÃO
Ioga, tai chi chuan, acupuntura e terapia. Vale tudo — e mais um pouco — para afugentar os sempre incômodos sintomas da TPM. A universitária Érika Raquel, 21 anos, não abre mão de uma boa sessão de análise para entender melhor o que acontece com ela “naqueles dias”. Na dúvida, a moça ainda reforça a terapia com boas goladas de chá de erva-doce. Por conta da TPM, a moça já chegou a terminar um noivado de três anos. O ex-noivo costumava classificar os seus acessos repentinos de fúria de ‘palhaçada’. Um dia, o rapaz fez pouco caso da irritação da noiva e os dois tiveram uma briga feia. A última, por sinal.
“Quando estou na TPM, fico irritada à toa. A vontade que tenho é de esganar o primeiro que passa pela minha frente. Hoje em dia, meu namorado já sabe o dia em que fico menstruada e, para não ter estresse, até evita ligar para mim”, sorri Érika.
O DIA/RJ