A Polícia de Sergipe desmontou um esquema de falsificação de boletos para pagamento de serviços e multas da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e do Detran. Pelo menos seis mil boletos foram postados na agência dos Correios, em Maruim, somente nos últimos 15 dias.
O delegado titular Joel Ferreira, da Delegacia de Defraudações, disse que não descarta a possibilidade de ter funcionários de órgãos como SMTT ou Detran envolvidos nas fraudes. Mas, para não atrapalhar as investigações, o delegado prefere manter em sigilo em qual dos órgãos ligados ao setor de trânsito os suspeitos se concentram para chegar aos responsáveis pela fraude. Segundo ele, já foram recebidos 11 boletos, fruto de boletins de ocorrências.
O juiz Eládio Pacheco Magalhães, substituto da 5ª Vara Cível, já determinou ao Banco Central o bloqueio imediato das contas correntes da empresa SM2T, acusada de fraudar licenciamentos e multas de trânsito do Detran e da SMTT. Nos boletos falsificados, a SM2T prometia descontos de até 30% para quem pagasse a multa até o prazo de vencimento. Os pagamentos deveriam ser efetuados nas agências dos bancos Itaú e Bradesco.
Além do desconto de 30% oferecido pela SM2T – percentual que não é dado pelo Detran, que oferece apenas 10% -, os boletos verdadeiros emitidos pelo Detran não possuem selo. "Já nos boletos falsos constam selos", destaca o delegado ao explicar que a fraude foi descoberta porque no falso Documento Único de Arrecadação (DUA), encaminhado às pessoas, consta que o pagamento deveria ser feito no Bradesco ou Itaú, mas a exclusividade para este tipo de arrecadação é do Banese.
O Detran acredita que 100 pessoas tenham sido lesadas. O Departamento Jurídico do Detran informou que quem fez o pagamento das multas nos Bancos Itaú ou Bradesco, só pode ter o prejuízo ressarcido caso entre na Justiça.
Conforme a assessoria de imprensa do Banese, ainda não foi registrado nenhum pagamento de boleto falso em uma de suas agências. E que na hipótese disso ter ocorrido, os boletos seguem para os bancos de origem – Itaú ou Bradesco – como constam nos documentos falsos.