Professores brasileiros entre os mais insatisfeitos

O Brasil só perde para o Uruguai quando avaliado o nível de satisfação salarial de seus professores. Essa é uma das conclusões do estudo “Um olhar dentro das escolas primárias”, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O relatório comparou dados de 11 nações em desenvolvimento – Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Tunísia, Malásia, Índia, Sri Lanka e Filipinas -, que conseguiram universalizar o acesso ao ensino primário.

Professores da quarta série e diretores de mais de 7,6 mil escolas de 11 países responderam questionários sobre a função da escola, o método de ensino dos professores, as condições de aprendizagem e sobre a ajuda disponível para os educadores. O resultado foi que 83,2% dos alunos brasileiros de quarta série têm professores que reclamaram de sua remuneração.

O Uruguai, campeão da insatisfação salarial dos docentes, apresentou 89,4% de alunos com profissionais que se consideram mal remunerados.

Do outro lado do ranking, o azarão é a Índia. Esse país tem menos da metade de seus alunos em escolas com telefone, mas não deixa, aparentemente, seu docente de bolso vazio: só 19,4% dos alunos têm professores ouvidos que reclamaram dos salários.

Problemas da equipe
O relatório também revelou que dois terços ou mais dos alunos da Argentina, Brasil, Malásia, Tunísia e Uruguai estão em escolas em que menos que 70% dos professores trabalharam por pelo menos cinco anos, o que indica um problema com a estabilidade da equipe de educadores. No Brasil, foi indicado que havia um déficit de quase 40% de professores efetivos.

A formação dos diretores de escolas também foi levada em consideração. No Brasil, na Índia e no Paraguai, uma proporção superior a 30% dos estudantes estava em escolas com diretores que nunca haviam passado por qualquer curso de gestão administrativa.

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