Cerca de 150 trabalhadores rurais ligados à Reforma Agrária participam, de 02 a 04 de junho, do Seminário “Complexo Agrisa-Peixe: Estratégias para Implantação e Desenvolvimento dos Assentamentos”.
O evento, que acontece no Centro de Convenções de Maceió, tem o objetivo de discutir e formar idéias acerca do modelo de gestão que deve ser adotado para que a área do Complexo Agrisa – Peixe possa se desenvolver e se auto-sustentar.
Com uma área de 20 mil hectares de terra, o Complexo Agrisa-Peixe se localiza no litoral Norte do Estado, entre os municípios de Flexeiras, Novo Lino, São Luiz do Quitunde e Matriz do Camaragibe. Mais da metade do Complexo já foi desapropriado e hoje comporta famílias de diversos movimentos sociais.
Quatro movimentos irão participar do Seminário: o Movimento dos Sem-Terra (MST), o Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Na programação do Seminário, especialistas, representantes do poder executivo e de movimentos rurais, sociólogos e economistas irão apresentar projetos e debater ações nas áreas de desenvolvimento sustentável na agricultura familiar, modelos de gestão e de produção, assistência técnica e agro-Ecológica e assistência familiar e Agroindustrial.
Para o representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Carlos Lima, é preciso discutir os meios de usar as terras da Agrisa de maneira eficaz, uma vez que existe uma grande expectativa por parte dos trabalhadores rurais acerca do futuro da região. “Pensamos em transformar aquela área em um centro de produção de alimentos para a exportação, além da agricultura familiar. Mas é preciso se fazer um estudo detalhado do solo e ver o que àquela terra pode oferecer”, afirmou. A CPT conta com cerca de 40 famílias acampadas na área do Complexo.
De acordo com o Superintendente do Incra em Alagoas, Gilberto Coutinho, até o final do processo de desapropriação das terras da Agrisa, cerca de 1800 famílias estarão assentadas.
Com esta iniciativa, idealizada pelo Gabinete Civil do Estado e que contou com a parceria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/AL) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Alagoas dá um passo importante na luta pela Reforma Agrária.
Segundo o Secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, a reforma agrária é de grande importância para o desenvolvimento de Alagoas e precisa ser levada a séria. “É preciso criar meios para que se discuta a viabilidade social das terras da Agrisa, assim como criar estratégias para que as famílias assentadas possam ali se desenvolver e produzir. É preciso mostrar que a reforma agrária dá certo, e o Governo do Estado acredita nisso”, disse.
O Seminário tem início na próxima segunda-feira, às 9h, no Centro de Convenções de Maceió.