Negócio da China

Depois de fechar um acordo automotivo com a Argentina na sexta-feira passada, o governo brasileiro negocia agora os termos de um entendimento com o Uruguai. O Brasil permitirá a entrada de carros da chinesa Chery, a única montadora instalada no Uruguai. "Serão carros uruguaios, fabricados no Uruguai, que virão para o Brasil em uma quantidade bem inferior à produção brasileira", justificou o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Meziat. O atual acordo com o Uruguai termina no dia 30 de junho e uma nova rodada de negociação deve ocorrer na próxima semana em Montevidéu.

Segundo Meziat, 1,5 mil veículos "Tiggo", fabricados pela Chery, deverão entrar no Brasil já no segundo semestre deste ano. A expectativa é de que a fábrica chinesa tenha uma produção de 10 mil unidades em três anos para atender os mercados uruguaio, argentino, venezuelano e brasileiro. "O acordo busca dar equilíbrio ao comércio entre Brasil e Uruguai. Para isso, é preciso que o Uruguai tenha o que vender ao Brasil", disse Meziat.

Em 2007, o Brasil exportou para o Uruguai US$ 235 milhões em veículos e autopeças enquanto que as importações brasileiras de produtos uruguaios somaram apenas US$ 18 milhões. Pelos cálculos do secretário, a entrada dos carros "Tiggo" no Brasil deve representar mais US$ 22,5 milhões na balança comercial bilateral em 2008.

O acordo que está sendo fechado com o Uruguai não deve ter o mesmo mecanismo de compensação (flex) acertado com a Argentina. Embora o governo uruguaio pleiteie a definição desse coeficiente, que estabelece um limite de exportação para o país vizinho proporcional às importações, o secretário afirma que outro mecanismo de compensação será discutido para estimular empresas brasileiras a investir no Uruguai.

Agência Estado

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